O Rivoli e a deturpação do “Estado-Providência”
Confesso que me causa uma forte repulsa constatar que há gente que pensa que pode fazer o que quer, mesmo que isso não interesse a ninguém, e ainda viver do dinheiro dos outros, os tais que não se interessam pelo que eles fazem.
Vem isto a propósito de um conjunto de pessoas que, no momento em que escrevo, ainda se encontram barricadas no Teatro Rivoli no Porto. Para lá dos eternos contestatários da esquerda estudantil, que sob o manto das causas nobres quer é fumar umas drogas e armar um circo (e humilham os outros, os verdadeiros idealistas de esquerda e que nada tem a ver com estas paródias), encontra-se um conjunto de “artistas” que se diz contra a privatização do Rivoli.
Ora, como disse no inicio, aflige-me que subsista esta mentalidade no meio artístico nacional de que se pode fazer o que bem se entende, mesmo que não haja uma única pessoa que se digne comprar bilhete, para assistir ao que eles se lembraram de fazer. Eles temem a privatização porque quem assumir a gestão do espaço vai querer ganhar dinheiro com isso, e os espectáculos que lá passavam vão necessariamente dar lugar a outros que interessem às gentes, pois só vendendo bilhetes se consegue esse fito tão maquiavélico: o lucro.
De agora em diante, os inúteis vão deixar de viver à custa do Estado, da subsídio-dependência e só quem quiser verdadeiramente assistir aos espectáculos terá de pagar, através do seu bilhete, ao invés do que até agora sucedia, em que éramos todos, os contribuintes da Nação, a pagar a estes parasitas para eles se divertirem…
Duque de Espadas
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