O Protegido

É incontornável. Sinto-me forçado a comentar as doutas palavras da sena de paus.
Dois pontos prévios: honestamente, espero que Soares não ganhe (não terá o meu voto); Por outro lado, nada me move de pessoal contra Cavaco, de quem tenho a impressão de ser uma pessoa séria (qualidade tão rara nos nossos dias) o que, pese embora a insuficiência para o cargo a ocupar, já é um principio.
Começaria por registar que, indirectamente, me é concedida toda a razão, o que me lisonjeia. De facto, o autor admitiu que existe um 4ºpoder (é-nos demonstrado diariamente à saciedade) e ainda que notoriamente incomodado, reconheceu que esse poder procura conduzir Cavaco a Belém, mesmo que nas suas palavras, tenha sido noutros tempos"... complacente com os constantes ataques de MS (presidente) e & durante a governação de Cavaco Silva..."
E ai reside o ónus. Custa-nos ver longe quando a visão mais limitada nos agrada sobremaneira. É tudo uma questão de oportunidade. Por isso, aqui faço o meu "mea culpa" visto que outras fossem as lutas, outros os protagonistas, e talvez não falasse com este distanciamento "iluminado". Bastaria que, como sucedeu noutras ocasiões, o "meu candidato" fosse o protegido. Farei um esforço para garantir a mesma lucidez no futuro.
Não gostaria de terminar sem antes referir um outro exemplo de subserviência ao candidato/presidente Cavaco: o debate da SIC com Alegre.
Assim, se Cavaco está sozinho à direita contra quatro papões de esquerda, então faz-se debates dois a dois.
Se tem dificuldades no frente-a-frente puro e duro do debate genuino, então cria-se um modelo (que mais parecia uma conversa de café) que não releve tanto essas carências, bastando para isso que os candidatos, sob a veste da postura democrática e do cumprimento das regras da boa educação, não se possam interromper.
Para completar o cenário, restaria só (e isso, sejamos justos, não é culpa de ninguém a não ser do próprio) pôr um adversário acomodado a um 2ºlugar que lhe enche as medidas e que tem frases assassinas como esta pérola: "...durmo descansado com Cavaco em Belém...".

Duque de Espadas