sexta-feira, outubro 27, 2006

Porto, Porto, Porto, Porto!!!

Se no ano passado creio termos feito poucas exibições realmente convincentes, sinto este ano que o FC Porto ainda não arrancou realmente. Depois de uma boa exibição contra o Hamburgo e de um jogo em Alvalade marcado pelo mau estado do terreno e pelo cansaço das equipas, espero que amanhã o clube realmente mostre que está no bom caminho, rumo à vitória no campeonato.

Para este jogo, creio que o FC Porto parte como favorito, como aliás creio ser a sua obrigação em todos os jogos do campeonato - pois tem a melhor equipa, a equipa mais cara e a melhor estrutura!

Espero só que as equipas joguem de igual para igual, num jogo aberto e que o Benfica não se venha meter no ferrolho com tácticas que pouco resultado têm dado este ano, para que dessa forma seja um jogo agradável, interessante, sem casos e com golos!!

Quanto ao árbitro, que creio ser fraquinho, espero que não tente, como é seu hábito, ser o principal interveniente!

Para finalizar este pensamento sobre o jogo deste fim-de-semana, quero apenas deixar votos de um bom espectáculo e que o FCPorto ganhe.

Abraços,

Valete de Copas

terça-feira, outubro 24, 2006



Aborto: uma questão de consciência.

Está instalado o debate da interrupção voluntária da gravidez na comunicação social e na sociedade civil. Estamos perante uma questão muito melindrosa de foro ético e que apela à consciência de cada um. Debater o aborto é caminhar sob o fio da navalha, pois está em causa o início de uma vida humana.

Devo dizer que sou contra a liberalização do aborto até às 10 semanas de gestação. Penso já serem suficientes as três excepções contempladas na actual lei. Discutir se já há ou não vida humana a partir das 8 ou 10 semanas é para mim uma questão de somenos importância, entendo que se trata de uma questão de natureza humana. Interromper o ciclo normal da vida é contranatural. Nenhuma mulher recorre ao método abortivo de ânimo leve, porque além de colocar a sua própria vida em perigo, ficará para sempre atormentada com esse acontecimento. Considero ainda inaceitável do ponto de vista ético o recurso ao aborto como método de planeamento familiar! E a liberalização do aborto poderia abrir uma porta em relação a esta situação.

Actualmente existem métodos contraceptivos de grande eficácia, muita informação e divulgação acerca dos mesmos, além de consultas gratuitas de planeamento familiar nos centros de saúde. Sendo assim, julgo que a prioridade deverá estar do lado da prevenção e do planeamento familiar e não no campo oposto da interrupção de gravidezes indesejadas.

O facto de ser contra a liberalização do aborto, não me impede de considerar uma aberração a criminalização das mulheres que recorrem a este método para interromperem a gravidez. Julgo que a solução ideal e mais equilibrada vai ao encontro das posições assumidas por Zita Seabra e Freitas do Amaral. Esta tese, embora não abrindo a porta à liberalização do aborto, defende a descriminalização das mulheres que o praticam.

Outra questão pertinente que se levanta caso a liberalização do aborto seja aprovada, prende-se com a actuação dos médicos. Como é que actuará um médico que seja frontalmente contra a prática abortiva? Será obrigado a fazê-lo mesmo que a sua consciência pense o contrário? A liberalização do aborto não será uma espada de Dâmocles a pairar sob a cabeça dos médicos?

Bisca de Copas


O Apito descansa mas não dorme

Notícia do jornal "Record":

"Rui Duarte, jogador do Estrela da Amadora que esteve directamente envolvido no lance da expulsão de Miccoli, ontem à noite no Estádio da Luz, revelou hoje à Rádio Renascença que ficou surpreendido com o segundo amarelo e consequente vermelho dado ao avançado italiano do Benfica.Recorde-se que no momento em causa, o jogador tricolor agarrou Miccoli, que se tentou soltar, fazendo depois um gesto que o árbitro Carlos Xistra considerou passível de admoestação. Algo que Rui Duarte diz não compreender.“É um lance normal de futebol e o Miccoli, naquela coisa de estar agarrado, tenta-se soltar, mas não aconteceu nenhum tipo de agressão."
Refira-se só, para quem não assistiu, que o primeiro cartão é ainda mais caricato, visto resultar de uma jogada em que o italiano se isola, está completamente em jogo, o arbitro deixa seguir a jogada e só quando estava já junto ao guarda-redes, assinalou o inacreditável fora-de-jogo, tendo punido o jogador por ter passado a bola a Nuno Gomes.
Em Alvalade, Lucho e Assunção resistiram mais...

Incrédulo
"O que é que eu fiz? O que é que eu fiz"
Miccoli, no momento da expulsão, para o quarto árbitro do Benfica-Estrela da Amadora

Duque de Espadas

domingo, outubro 22, 2006

Os artistas

A definição do que é arte é ambígua e sujeita sempre a diferentes opiniões. O conceito de artista, por se supor que é aquele que "faz" arte, é, daí, igualmente sujeito a diferentes interpretações. E não poucos seriam os exemplos daquilo que é, ou não, considerado arte e que dariam um rol de opiniões diferentes, de discussões que mais não fariam do que animar este blog que tem andado moribundo. Mas as conclusões dessas discussões não seriam mais do que um vazio.

Há no entanto, e isso ninguém constestará, artistas cuja especificiadade do trabalho estará adequada a nichos de mercado. E não é por isso que têm menos valor artístico. Terão, porventura, menos valor comercial. E esse é o risco da privatização dos espaços artísticos, o de limitar, desincentivar, essas criações artísticas por serem menos rentáveis.
Não quero com isto dizer que não sou da opinião do duque de espadas, até porque não conheço bem o caso em concreto, sou sim da opinião que o estado deve apoiar a criação. Naturalmente esse apoio deverá ser muito controlado para não termos todos de ouvir frases como a célebre de um malogrado cineasta a dizer nestes termos: "eu quero que o público português se foda!!!", quando fomos nós a pagar o belo do filme!

abraços,

Valete de Copas

terça-feira, outubro 17, 2006

O Rivoli e a deturpação do “Estado-Providência”

Confesso que me causa uma forte repulsa constatar que há gente que pensa que pode fazer o que quer, mesmo que isso não interesse a ninguém, e ainda viver do dinheiro dos outros, os tais que não se interessam pelo que eles fazem.
Vem isto a propósito de um conjunto de pessoas que, no momento em que escrevo, ainda se encontram barricadas no Teatro Rivoli no Porto. Para lá dos eternos contestatários da esquerda estudantil, que sob o manto das causas nobres quer é fumar umas drogas e armar um circo (e humilham os outros, os verdadeiros idealistas de esquerda e que nada tem a ver com estas paródias), encontra-se um conjunto de “artistas” que se diz contra a privatização do Rivoli.
Ora, como disse no inicio, aflige-me que subsista esta mentalidade no meio artístico nacional de que se pode fazer o que bem se entende, mesmo que não haja uma única pessoa que se digne comprar bilhete, para assistir ao que eles se lembraram de fazer. Eles temem a privatização porque quem assumir a gestão do espaço vai querer ganhar dinheiro com isso, e os espectáculos que lá passavam vão necessariamente dar lugar a outros que interessem às gentes, pois só vendendo bilhetes se consegue esse fito tão maquiavélico: o lucro.
De agora em diante, os inúteis vão deixar de viver à custa do Estado, da subsídio-dependência e só quem quiser verdadeiramente assistir aos espectáculos terá de pagar, através do seu bilhete, ao invés do que até agora sucedia, em que éramos todos, os contribuintes da Nação, a pagar a estes parasitas para eles se divertirem…

Duque de Espadas




OBRIGADO CAPITÃO!






Jorge Costa anunciou ontem o fim de uma carreira brilhante. Ele será para sempre um dos maiores símbolos dos Futebol Clube do Porto. Foi um líder indiscutível dentro e fora do campo durante mais de uma década.
Guardo as melhores recordações deste jogador a quem os colegas apelidavam carinhosamente de "Bicho". Era um jogador que sentia a camisola azul como poucos, tinha uma entrega ímpar ao jogo e uma vontade insaciável de vencer. Jorge Costa sofria com as derrotas do seu Porto e exultava com as conquistas.
O episódio das duas saídas do seu clube de sempre definem o carácter deste homem. Ambas as saídas se deveram a incompatibilidades com os treinadores, porém, apesar disso podia ter com continuado no clube ao qual se mantinha vinculado contratualmente. Como não se sentia útil nem feliz resolveu sair para o estrangeiro. Jorge Costa afirmou que estas saídas lhe doeram mais do que as suas lesões, e ele "só" teve três roturas de ligamentos nos joelhos!

Por tudo o que conquistaste ao serviço do clube do teu coração, pela tua entrega, pelo teu carisma, pelo modo como sentiste aquela 2, o meu muito obrigado capitão.

Bisca de Copas

terça-feira, outubro 10, 2006


O Novo PGR



Ontem Pinto Monteiro foi empossado procurador-geral da República. É talvez o maior desafio da sua vida. Espera-se que tenha um mandato marcado pela eficácia e discrição. Tem a vantagem de suceder no cargo a um PGR fragilizado e que nunca teve mão no ministério público. Souto Moura foi um tremendo erro de casting, pois não reunia qualidades nem pulso firme para liderar o ministério público. Isso ficou patente nas diversas trapalhadas em que se envolveu aquando do rebentamento de processos mediáticos como o "casa pia" e o "envelope 9".

A herança do novo PGR é pesada e o seu percurso está carregado de espinhos ou não o esperassem casos complexos e difíceis como o "casa pia", " apito dourado", "Portucale", etc... A imagem e a credibilidade da nossa justiça foi manchada por estes mega-processos. Pede-se assim a Pinto Monteiro que tome as rédias destes processos e os conclua com eficiência e celeridade.

No seu discurso de tomada de posse, Pinto Monteiro enfatizou a necessidade do combate à corrupção, demonstrando estar em sintonia com o PR em relação a esta temática. É sabido que a corrupção e o tráfico de influências são os maiores cancros da nossa democracia, não se entendendo assim que estes crimes deixem de ser punidos com prisão preventiva. É um sinal contraditório que se transmite à sociedade. Geralmente estes tipos de crimes são praticados por poderosos, não estará esta alteração da lei a protegê-los?

Bisca de copas