quarta-feira, maio 24, 2006

Realismo

Respondendo ao repto lançado pelo valete, cumpre-me dizer que a opção por Fernando Santos foi… realista. Não nego que, face aos nomes que vieram a público se tratou de um balde de água fria, mas convenhamos que o Benfica não é um clube rico, não dispondo de potencial financeiro para contratar um técnico com prestígio europeu –sem prejuízo de no passado ter-se contratado Camacho, Trapatoni ou até Koeman – avançou para uma solução mais económica.
Esta semi-desilusão em que se transformou a contratação de Fernando Santos deve-se, como atrás referi, à catadupa de nomes que eram diariamente ventilados pela comunicação social, muitos deles claramente impossíveis para a realidade do nosso futebol. Costumo dizer que o Benfica tem a melhor imprensa para vender camisolas e a pior para ganhar campeonatos. Ao contrário do que nos acusam, julgo que perdemos (nós, os benfiquistas) mais do que ganhamos com esta obsessão dos media pelo Benfica. Julgo que este foi mais um episódio dessa má imprensa. Mas isto é outra discussão…
Creio todavia, que a vertente económica não é a única vantagem de Fernando Santos. Falamos de um homem que já obteve bons resultados no passado (ainda que não tenha um palmarés riquíssimo) e que realizou um excelente trabalho na Grécia (como tive oportunidade de atestar quando me encontrei em Atenas) com parcos recursos.
Ao invés dos últimos treinadores do Benfica, calculo que seja um homem que conheça profundamente o futebol português e portanto desnecessita do denominado “tempo de adaptação”.
Mais do que isso, tem uma virtude que há muito não se via na Luz: é benfiquista desde o berço – como se comprova por nem quando orientou os dois rivais ter prescindido do seu camarote no Estádio da Luz.
Termino referindo que no que concerne ao Benfica sou “politicamente correcto”. Por isso, a partir do momento em que foi apresentado, Fernando Santos ganhou um estatuto: o de ser o meu treinador.

Duque de Espadas

Sem comentários: