quinta-feira, dezembro 15, 2005

Expectativas para os resultados das Eleições Presidenciais

A um mês da contagem dos votos para a eleição do Presidente da República de Portugal, o vencedor parece ter um nome, Cavaco Silva.
À margem do vencedor, será interessante confirmar se estas vão ser ganhas na primeira volta e aferir os resultados dos confrontos directos entre Soares e Alegre, e entre Louçã e Jerónimo de Sousa.
Quanto à vitória na primeira volta, na minha opinião o compasso da campanha eleitoral tem sido prejudicial para Cavaco Silva, em que as primeiras sondagens davam uma vitória na 1.ª volta de forma inequívoca que aos poucos foi-se esbatendo. Vamos ver o que as sondagens da SIC/Expresso nos dizem no dia 17.
Caso Cavaco Silva não ganhe as eleições na primeira volta, não creio que seja imediato dizer que as ganha na segunda. Irá certamente depender do candidato que vai correr contra ele. Manuel Alegre terá, na minha opinião, vantagem sobre Soares na medida em que se afigura como o candidato que reúne mais consenso entre o eleitorado de esquerda. Resta saber se os socialistas lhe perdoariam a “deslealdade” e lhe davam o seu voto na 2.ª volta. Ainda assim, devo reconhecer que Alegre não tem conteúdo, e isto tem-se provado nos debates televisivos.
No confronto Soares-Alegre, confesso que gostaria ver o candidato independente a sair vencedor para dar duas lições. Um cartão vermelho a Soares que se acha dono do voto dos portugueses e um amarelo a Sócrates que não foi capaz de parar o ímpeto de Soares e dizer que esse não era o seu candidato.
Quanto à batalha Jerónimo vs Louçã, ficaria muito admirado se Louçã obtivesse mais votos que o candidato comunista. Confinado ao velho discurso, Jerónimo escolheu alguns assuntos importantes e mostrou opiniões que o demarcam positivamente do Bloco de Esquerda, como é o caso da legalização da prostituição e das privatizações. Jerónimo tem sido uma agradável surpresa nesta campanha.
Já Francisco Louçã, não veio trazer nada de novo ao que já lhe era conhecido. Continua a manter o discurso da moralidade, apoiado num tom de voz monocórdico, que não fosse o conteúdo da mensagem, diria só lhe faltar a batina preta para se confundir com um “papa-hóstias”. Aconselho-o a mudar de personagem porque esta começa a irritar de tanto usada!

Para terminar, Mário Soares saiu-se melhor que Manuel Alegre durante o debate de ontem, mas borrou a pintura quando nas alegações finais começou a ler um discurso desinteressante, mostrando que a idade pesa e que já não é capaz de improvisar uma breve mensagem de 1 min. Achei também piada a dois momentos do debate. O primeiro, em que Mário Soares rompe com as regras estabelecidas e em tom de educador, dirige-se directamente a Manuel Alegre, e este anuindo ao seu papel de discípulo respondeu (com receio de reprovação) ao seu mentor! E um segundo momento, quando Mário Soares tirou da cartola, um iluminado pensamento, em que segundo ele, Manuel Alegre não tem experiência de governação e por isso não preenche os requisitos exigidos a um candidato a Presidente da República!

Ás de Ouros

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