quarta-feira, novembro 28, 2007



Há 2 anos no topo da Liga

Em Portugal passam-se coisas caricatas. Um clube ganha cinco jogos seguidos e já está a morder os calcanhares ao FCP! O Jornal Record cativou a primeira página para afogar as mágoas leoninas. Os anos vão passando e o circo continua, mas comemoram-se hoje dois anos de liderança ininterrupta do FCP.

Mais de meio Portugal gosta de fantasiar e gritar por aí uns gloriosos, imagino que lhes faça bem ao ego, todavia quando descem à terra deparam-se com uma hegemonia azul e branca. Os jornais desportivos fabricam notícias de renovações contratuais, penteados novos, entrevistas em que os jogadores apenas debitam banalidades, isto tudo para não se confrontarem com uma realidade: a monotonia de haver uma equipa muito superior às outras.

A caminhada dos campeões faz-se assim de uma forma solitária e sem se desviar do essencial, ou seja, a busca da vitória em cada desafio.

Bisca de Copas

In DN

REQUIEM POR ESMERALDA João Miguel TavaresJornalistajmtavares@dn.pt

É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que algum dos envolvidos no caso Esmeralda vir a entrar no reino dos céus. Esta história é como as tragédias de Shakespeare: nela não se encontra um único inocente, todos carregam consigo alguma forma de culpa, e por isso é tão difícil acreditar que o caso ainda possa vir a ter um final feliz.Têm culpa o sargento Luís Gomes e Adelina Lagarto, os pais afectivos de Esmeralda, porque acharam aceitável arranjar uma filha através de um negócio feito à beira da estrada. Hoje pagam pela irresponsabilidade da decisão, de contornos mais do que duvidosos e nunca inteiramente esclarecidos, tomada a 28 de Maio de 2002. E pagam também por, a seu tempo, terem impedido qualquer aproximação do pai biológico à criança, contribuindo para o extremar de posições.Tem culpa Aidida Porto, a mãe biológica de Esmeralda, por ter entregue a filha como entregou, e um ano depois já a estar a reclamar de volta. Em todo este processo, Aidida andou sempre empurrada, consoante os ventos que sopravam dos tribunais e da comunicação social, e já disse tudo e o seu contrário.Tem culpa Baltazar Nunes, o pai biológico de Esmeralda, porque descobriu a paternidade num tubo de ensaio que lhe foi posto à frente. Depois, fascinado pelos seus próprios espermatozóides, transformou todo este caso numa obsessão pela posse da filha, como se ela fosse um bibelô que se muda de uma casa para outra, sem dores. Tivesse ele um pingo de bom senso e este poderia ter sido um exemplo de persistência. Assim, é apenas um caso de teimosia, orgulho e egoísmo.Tem culpa, acima de todos estes, a justiça portuguesa. A culpa da demora. A culpa da falta de equilíbrio. A culpa da arrogância. Embora Baltazar só se tenha lembrado de que queria ser pai quando a filha já tinha nove meses, o certo é que anda desde 27 de Fevereiro de 2003 a solicitar a regulação do poder paternal. Já lá vão, portanto, 57 meses de decisões judiciais absurdas, onde o interesse de Esmeralda foi sendo triturado por uma justiça cega, lenta e insensível, que quer fazer nascer um novo pai de acórdãos obscuros, ao ponto de os técnicos que seguem a criança terem decidido saltar fora do processo. Por tudo isto, o melhor mesmo talvez seja atribuir a culpa à própria Esmeralda. A terrível e definitiva culpa de ter nascido. Alivie-se de uma vez a consciência de todos os intervenientes no processo, e que ela faça como na Canção Desnaturada de Chico Buarque - volte depressa para a escuridão do ventre da sua mãe, de onde, para descanso da nossa justiça, nunca deveria ter saído.

Aqui fica uma visão pertinente de todo o caso esmeralda.

Bisca de Copas

quarta-feira, novembro 21, 2007

O lugar do Maestro

Numa altura em que muitos arvoram o regresso de Figo à selecção e em que restam cada vez menos dúvidas que isso sucederá no Europeu - conforme se depreende das palavras de Scolari, como que a preparar o País para essa inevitabilidade – venho sustentar uma ideia que, no meu entender, deveria ganhar força todas as semanas. Falo do regresso de Rui Costa à selecção.
Numa selecção que tem quatro extremos de nível mundial (Ronaldo, Simão, Quaresma e Nani), parece-me muito mais premente a chamada dum verdadeiro número dez, coisa que nem Deco com toda a sua categoria consegue suprir (ele que para além de estar a passar por um ocaso na carreira, é cada vez mais um oito do que um dez). Creio que seria da mais elementar justiça e sobretudo, importantíssimo para a equipa, chamar um jogador como Rui Costa que sendo um dos melhores do mundo na sua posição - e relembro apenas só a titulo de exemplo que ganhou o prémio de melhor jogador estrangeiro em Itália, à frente de Zidane, nesse ano melhor jogador do mundo para a FIFA – demonstra todos os Domingos estar na plenitude das suas faculdades e só imagino o que seria aquela equipa com um jogador que lhe “pegasse no jogo” e que o pensasse, coisa que manifestamente não tem e que julgo reflectir-se nas más exibições que tem efectuado. Ainda na comparação com Figo, que tantas vezes tem sido visto como tendo uma carreira muito superior à de Rui Costa na selecção, o maestro em 94 jogos pela selecção fez 24 golos, ao passo que Figo fez 32 golos em 127 jogos. Relembro ainda a importância de golos como o fantástico chapéu de 40m à República da Irlanda na Luz que nos apurou para o Euro 96, sendo certo que já não nos apurávamos para uma grande competição desde o México 86, o pontapé extraordinário nos quartos do Euro 2004 contra a Inglaterra, a grande jogada que iniciou e concluiu contra a Rússia que nos deu a primeira vitória no Euro 2004 ou o golo à Polónia no Mundial da Coreia, na única vitória de Portugal na prova.
Em suma e para mim neste momento, Figo não, Rui Costa sim.

Corrupção
Agradecendo os gentis cumprimentos do valete que retribuo, não me parece todavia que tenha razão no que defende. De facto, creio que se há filme que se auto-sustenta é este, com mais de 180mil pessoas a visiona-lo até ao momento.
Depois e não me detendo na questão da arte, de tão subjectiva que é, apenas vou abordar a questão dos insultos ou ofensas ao bom nome dos envolvidos. Por essa ordem de ideias qualquer filme que denuncie uma situação é insultuoso e não devia ser realizado. Para averiguar se o bom nome foi manchado ou se as pessoas não tem bom nome existem os tribunais, para onde aqueles que se sintam prejudicados podem recorrer. Ao realizador cabe pegar numa estória e esta, na medida em que é contada por uma pessoa que privou durante sete anos com este mundo, parece-me digna de ser passada para o cinema. Admitamos que a namorada de Sócrates vinha agora denunciar uma série de crimes cometidos pelo primeiro-ministro nos últimos tempos. Alguém teria alguma objecção a que isto desse um filme? Não seria uma grande estória?

Duque de Espadas

quinta-feira, novembro 08, 2007

Corrupção

Fui ver o filme “Corrupção” e devo dizer que dei o meu dinheiro por muito bem empregue! Aconselho vivamente todos aqueles que ainda não viram o filme, a ir ver, pois vale a pena. Para mim, este filme foi e há-de ser um marco na minha carreira de cinéfilo!
É sem qualquer dúvida o pior filme que já vi!
Hoje, todos sabemos que o filme é recente, mas daqui por uns anos, qualquer distraído que o veja há-de pensar que este foi o 1.º filme português a cores, tamanha é a falta de qualidade! Margarida Vila-Nova um autêntico flop, não sei se por não saber mais ou se por culpa do guião! O argumento, tal como já aqui foi referido, é uma autentica charada! Faz de “Sofia” uma pessoa responsável, culta (imagine-se!!), preocupada com os filhos, que apesar de trabalhar num bordel só estava lá para saciar a sede dos clientes e trazer dinheiro para casa. Quando a convidam para ir para a cama acerta com uma bofetada (muito mal encenada) ao prevaricador que ousa dizer tal blasfémia!

O produtor facilmente encontraria outros motivos para fazer um filme baseado em factos verídicos com o mesmo título “Corrupção”, mas com um argumento bem mais preocupante. Aconselho-o a ler a notícia de capa do semanário Sol de 2/11/07 sobre os 2,5 mil milhoes de euros que foram pagos pelo Minist. Obras Públicas a empreiteiros sem qualquer auscultação pública. Assuntos como este dariam um longo filme de “ficção”.

Ás de Ouros

quarta-feira, novembro 07, 2007

Oportunidade

O assunto acaba por vir à baila indirectamente e fruto dum comentário do duque de espadas, a quem envio daqui um abraço, ainda que já tivesse em mente escrever sobre isto há algum tempo. Falo do novo filme ‘Corrupção’, que não vi e não tenho intenções de ver, e, acima de tudo, do oportunismo revelado aquando da criação de mais uma obra da sétima arte.

Antes de mais há algumas verdades que não podemos esconder:
- o cinema em Portugal é de muito fraca qualidade, como provam as vendas (e não falo em menos do que worldwide);
- o cinema em Portugal é subsídio-dependente;
- o cinema em Portugal é uma quinta à qual só alguns priveligiados têm acesso e os dinheiros da cultura são sempre dados ao mesmo grupo de chupistas (o termo pode ser forte mas na verdade estava com vontade de o reabilitar).

Esclarecido que está o pano de fundo, triste por sinal, vamos falar da arte. A arte do cinema está, na minha modesta opinião (sim modesta porque confesso que não vejo tantos filmes como gostaria), na ideia de base. Isto é, na capacidade de pegar num bom argumento e lhe dar vida. Pegar num bom livro e transformar em imagem. Pegar em História – e para ser história temos de ter a certeza de que aconteceu – e retractá-la com fidelidade. Esta é a base de um bom filme.

No caso do ‘Corrupção’ não vejo onde está o bom livro que lhe serviu de base e nem a História que o sustenta. Vejo, isso sim, um grupo de chupistas (esta expressão é linda!!) a pegar numa fábula que vende e, às custas dos impostos de todos os portugueses, sem vergonha na cara, a transformar num ‘filme’. Neste ‘filme’, quer queiramos quer não, há pessoas visadas que terão a sua honra e o seu prestígio social abalados. Há instituições que não estão a ser respeitadas. E quem faz este ‘filme’ não respeita nada. Não respeita ninguém. Acima de tudo, mostra não se respeitar a si mesmo. Que uma cena dessas venha de uma ex-prostituta, com os dinheiros sabe-se lá de onde, ainda se esquece. Que venha de nomes consagrados (em Portugal) como João Botelho e Nicolau Breyner não se deve perdoar.

Mas cabe-nos a nós mostrar que não alinhamos com estas faltas de pudor. Cabe-nos a nós mostrar que os atalhos para o dinheiro fácil não existem e que os principios éticos e morais devem ser a base da vida em sociedade.

VLT

terça-feira, novembro 06, 2007

Uma importante ronda na Liga dos Campeões

Esta noite o Dragão vai engalanar-se para receber o Marselha. Se a nível interno o OM está a ser a desilusão da prova, já na liga dos campeões é uma das sensações. Assim, o FCP deve esperar um Marselha confiante pelo bom percurso que está a realizar. Porém, este jogo poderá ser de importância capital para os azuis da invicta em caso de vitória. A conquista dos três pontos catapulta o Porto para a liderança do grupo e abre as portas rumo aos oitavos-de-final.
Em relação ao jogo propriamente dito, espero ver o Porto das grandes e não muito longínquas noites europeias. Quero ver os dragões a praticar um futebol dominador e à campeão como na primeira parte do jogo em Marselha. É nestes jogos que aparecem os artistas virtuosos e desejo ver um Quaresma ao seu mais alto nível a rasgar a defesa marselhesa.

Bisca de Copas
A minha frase da semana...

"Manda quem pode obedece quem tem juizo" - juiz conselheiro António Mortágua (Ruy de Carvalho) dirigindo-se aos investigadores do "apito dourado" ("envelope chinês") no filme "Corrupção".
Curiosamente frase também repetida pelo empresário António Araújo em conversa com o presidente da Nacional, comentando a actuação do árbitro do Nacional/Benfica (Augusto Duarte).

Duque de Espadas

segunda-feira, novembro 05, 2007

Frase da semana

"...e é evidente que um ponto no dragão é mais valorizado do que em qualquer outro estádio..."

Jorge Jesus, 2 novembro de 2007

VLT