O lugar do Maestro
Numa altura em que muitos arvoram o regresso de Figo à selecção e em que restam cada vez menos dúvidas que isso sucederá no Europeu - conforme se depreende das palavras de Scolari, como que a preparar o País para essa inevitabilidade – venho sustentar uma ideia que, no meu entender, deveria ganhar força todas as semanas. Falo do regresso de Rui Costa à selecção.
Numa selecção que tem quatro extremos de nível mundial (Ronaldo, Simão, Quaresma e Nani), parece-me muito mais premente a chamada dum verdadeiro número dez, coisa que nem Deco com toda a sua categoria consegue suprir (ele que para além de estar a passar por um ocaso na carreira, é cada vez mais um oito do que um dez). Creio que seria da mais elementar justiça e sobretudo, importantíssimo para a equipa, chamar um jogador como Rui Costa que sendo um dos melhores do mundo na sua posição - e relembro apenas só a titulo de exemplo que ganhou o prémio de melhor jogador estrangeiro em Itália, à frente de Zidane, nesse ano melhor jogador do mundo para a FIFA – demonstra todos os Domingos estar na plenitude das suas faculdades e só imagino o que seria aquela equipa com um jogador que lhe “pegasse no jogo” e que o pensasse, coisa que manifestamente não tem e que julgo reflectir-se nas más exibições que tem efectuado. Ainda na comparação com Figo, que tantas vezes tem sido visto como tendo uma carreira muito superior à de Rui Costa na selecção, o maestro em 94 jogos pela selecção fez 24 golos, ao passo que Figo fez 32 golos em 127 jogos. Relembro ainda a importância de golos como o fantástico chapéu de 40m à República da Irlanda na Luz que nos apurou para o Euro 96, sendo certo que já não nos apurávamos para uma grande competição desde o México 86, o pontapé extraordinário nos quartos do Euro 2004 contra a Inglaterra, a grande jogada que iniciou e concluiu contra a Rússia que nos deu a primeira vitória no Euro 2004 ou o golo à Polónia no Mundial da Coreia, na única vitória de Portugal na prova.
Em suma e para mim neste momento, Figo não, Rui Costa sim.
Corrupção
Agradecendo os gentis cumprimentos do valete que retribuo, não me parece todavia que tenha razão no que defende. De facto, creio que se há filme que se auto-sustenta é este, com mais de 180mil pessoas a visiona-lo até ao momento.
Depois e não me detendo na questão da arte, de tão subjectiva que é, apenas vou abordar a questão dos insultos ou ofensas ao bom nome dos envolvidos. Por essa ordem de ideias qualquer filme que denuncie uma situação é insultuoso e não devia ser realizado. Para averiguar se o bom nome foi manchado ou se as pessoas não tem bom nome existem os tribunais, para onde aqueles que se sintam prejudicados podem recorrer. Ao realizador cabe pegar numa estória e esta, na medida em que é contada por uma pessoa que privou durante sete anos com este mundo, parece-me digna de ser passada para o cinema. Admitamos que a namorada de Sócrates vinha agora denunciar uma série de crimes cometidos pelo primeiro-ministro nos últimos tempos. Alguém teria alguma objecção a que isto desse um filme? Não seria uma grande estória?
Duque de Espadas
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