Antes deixem-me dizer que não quero aqui entrar em opiniões, porque cada um terá a sua…
Começo por referir que é impossível produzir pasta de papel com madeira queimada. Pelo que se pode haver um efeito de “venda antes que se queime”, não existe – para que fique bem claro – nunca, a intenção de queimar na expectativa de comprar a madeira mais barata.
A madeira, por parte das grandes produtoras, é sempre própria, isto é, as produtoras alugam as madeiras dos terrenos aos proprietários, não os terrenos, pelo que a ideia do comprar ou vender mais barato dependendo da queimadura tem uma proporção residual na actividade de qualquer produtora de pasta de papel com algum peso no mercado. Das actividades residuais não valerá a pena falar, considerando que os nossos comentários se destinam à generalidade dos casos.
A questão dos resultados líquidos. O preço de venda da pasta de papel é definido internacionalmente através de um mercado próprio. Pelo que, naturalmente se comprar mais barato, ou tiver menos custos de produção, terei margens superiores – directamente associadas ao meu volume de negócios para gerarem resultados sólidos. Em relação aos anos de 2004 e 2005 o preço internacional da pasta tem vindo a descer e as produtoras de pasta de papel têm tido ganhos significativos através de resultados extraordinários grandes, gerados por fundos de cobertura do preço da pasta. Pelo que não têm nada a ver com os incêndios.
Do eucalipto como uma espécie ofensiva para o “desenvolvimento da floresta portuguesa no médio e longo prazo”, não me sinto habilitado para falar, pelo que não me pronunciarei.
Daquilo que li, e passo a citar “o investimento da Portucel de 490 milhões de euros numa nova fábrica de papel prevê a aquisição de uma nova máquina - a maior e mais rápida a nível mundial, com uma capacidade de produção de 500 mil toneladas/ano (..)”, pelo que há luz no plano tecnológico.
Abraço,
Valete de Copas
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