A minha…
Porque há coisas que nunca passam, venho aqui, a este espaço de discussão, dar a minha opinião sobre as eleições presidenciais.
Antes de mais gostaria de dizer que, até ao contrário do que aqui vi escrito, se houve um grande derrotado nas eleições, foi o povo português. E esta é a minha opinião baseada em duas ordens de razão: primeiro, o povo volta a eleger o candidato que menos esclarece o eleitorado ao longo da campanha e pré-campanha, sinal de imaturidade política, ou desresponsabilização em relação ao voto; e segundo porque qualquer candidato que entre na corrida vai para, antes de mais, defender ideias, ideais e projectos – portanto quem se dedica desta forma à causa pública tem sempre de estar de parabéns (tenho de confessar que é muito mais simples mandar bitaites…).
Mudo canto para relatar que houve uma ideia, essencialmente defendida pela direita portuguesa, de ridicularizar um dos candidatos, e refiro-me a Mário Soares. Achei sempre que foi gozado, pela idade, numa tentativa achincalhar quem, como ele, foi duas vezes PR nos anos de maior crescimento da economia portuguesa (e crescimento é diferente de desenvolvimento); foi Primeiro-ministro numa fase em que Portugal estava numa crise económica muito grave, tendo inclusivamente de negociar condições de apoio com o FMI (Fundo Monetário Internacional), em paralelo com o que acontece actualmente com a Argentina (pois é…!!); e defendeu a democracia portuguesa durante os anos revolucionários do PREC e do avanço do comunismo em Portugal (ou acham que os debates com Álvaro Cunhal ficaram famosos porquê?); entre outros serviços prestados ao país que só engrandecem o seu lugar na história de Portugal e do Mundo. Por tudo isto acho triste que se brinque com a dignidade das pessoas insinuando que seriam seus os terrenos da Ota, ou comparando-o com um “che che”…
Realmente “ele não merecia” – como agora todos dizem…
Os outros candidatos defenderam-se como puderam num ambiente de hostilidade generalizada feito por quem não quis ver, ainda que só depois do dia das eleições se dêem a conhecer melhor, como é o triste caso da baixa fraudulenta do Manuel Alegre… (um aparte apenas para dizer que espero que seja o único a surpreender…)
Naturalmente o vencedor terá agora dez anos para mostrar o que vale, e espero que sejam dez grandes anos para Portugal, de desenvolvimento e de aproximação à Europa dos 25.
Valete de copas
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