quarta-feira, novembro 30, 2005

Ainda sobre o PLANO TECNOLÓGICO....

E depois de ler o comentário da sena de paus, relativamente ao papel das universidades no que se refere à investigação fundamental e investigação aplicada, devo dizer que não estou inteiramente de acordo sobre o modelo de investigação seguido pelas universidades portuguesas que premeia essencialmente a investigação fundamental. Aliás, na minha opinião esse é o grande motivo pelo qual Portugal não consegue garantir sucesso nos resultados de I&D.
Hoje em dia, as universidades são o principal agente da investigação realizada em Portugal, assente num modelo de investigação fundamental (salvo raras excepções), cujo resultados acabam por ficar na gaveta por falta de aplicabilidade industrial devido essencialmente ao gap que existe entre o meio universitário e o meio empresarial, ou porque não existe ainda no nosso país uma cultura de exploração de resultados que alavanque o passo posterior à actividade de investigação.
Estes são na minha opinião os 2 principais problemas que tornam a investigação muitas vezes infrutífera e inútil! Refira-se que não sou conta a investigação fundamental, muito pelo contrário, acontece que não adianta perder horas intermináveis de investigação quando não há um objectivo concreto e uma aplicabilidade industrial reduzida ou inexistente, pois todo o esforço acaba por não se materializar em competitividade e inovação.
Reside aqui o motivo da diferença entre os resultados de I&D no nosso país e dos demais países da EU. Ou seja, enquanto Portugal se retém na investigação fundamental, outros países procuram retirar da investigação, seja ela fundamental ou não, benefícios económicos e factores de competitividade conseguidos através da orientação para a industria. Basta para isso ver o indicador de Patentes registadas no nosso país (4,3) e a média dos países da EU (133,6).
A solução passa por criar sinergias e aproximar as empresas das universidades e centros de investigação. Passa por procurar que as universidades façam investigação fundamental mas que possa ser aproveitada para outros desenvolvimentos aplicados nas empresas, ou seja, é necessário que as universidades saibam quais as necessidades das empresas e é necessário que as empresas tenham conhecimento dos resultados de investigação das universidades para transferir esse conhecimento para o ambiente industrial.
E neste particular parece-me que o modelo norte-americano é um exemplo a seguir não só por Portugal mas por toda a EU.

Ás de Ouros

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