sexta-feira, novembro 18, 2005

O imutável pão-de-ló

Percebo pouco de politica, confesso. Todavia, na minha análise de leigo, sempre pensei que esta ciência implicasse propostas, valores e ideais (no mínimo, ideias).
Claro está, que para que estas coisas de somenos importância fossem do conhecimento do público, seriam incontornáveis alguns pressupostos – um emissor, uma mensagem, um publico.
Não raras vezes temos quase tudo, excepto público, porque ninguém quer ouvir ou porque a imprensa (meio imprescindível para esta empreitada) não reconhece interesse ao interlocutor.
Outros casos há, em que temos público, mas não temos mensagem. Pura e simplesmente, o emissor recusa a sua transmissão, por muito que o receptor esteja nela interessado e a imprensa em difundi-la.
Assim sendo, de que vivem estes políticos? Da imagem lavada pelo passar dos anos, da crise que assola o país e empobrece os bolsos e a lucidez dos eleitores, bem assim como da imprescindível estima dos amigos, que juram na imprensa terem estes qualidades únicas, quiçá até preciosamente conservadas para serem exclusivamente postas em execução nos momentos de calamidade nacional…
A questão passa por se comprometer o menos possível, numa hercúlea tentativa de não falar. Ou porque não respondem a ataques, ou porque isso não é essencial, ou porque… Bem, o importante é manter a boca fechada.
Em Portugal, há eleições assim… Será o estigma do pão-de-ló?

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