QUE BOM REVÊ-LO
Após 5 anos de Milan, Rui Costa, no verão de 2005, optou por voltar para casa, o Benfica. Agora os torcedores rubro-negros têm a chance de abraçá-lo. Nos olhos a sua classe e aquela carta especial...
Ele sempre dizia: 'Gostaria de encerrar minha carreira no Benfica'. Manuel Rui Costa nunca havia escondido a sua vontade de retornar, um dia, para sua casa. Desde 2001, ano em que escolheu vestir a camisa do Milan. Após sete anos na Fiorentina, Rui jogou cinco anos com a camisa rubro-negra, vencendo uma Champions League, um Scudetto, uma Supercopa Européia, uma Supercopa Italiana, uma Copa Itália. Mas para além dos sucessos em campo, o português deixou uma herança mais significativa, feita de emoções, passes (mais de 50...), proezas, classe e paixão. Os torcedores do Milan o amaram, do início até o final. Mas não tiveram a oportunidade de saudá-lo e desejar-lhe boa sorte por ocasião de sua despedida, em maio de 2005.Stam havia saudado a todos fazendo o giro do campo em San Siro, Sheva escolheu ficar junto com a torcida, na curva rubro-negra. Ele, Rui, nunca se despediu de verdade. Ao contrário. O amor entre ele e o Milan superou as fronteiras da Itália. A demonstração ficou evidente por um gesto em particular. De Portugal, antes de Atenas, chegou à via Turati um fax absolutamente especial. Com um 'boa sorte' verdadeiro, sentido, mágico, como o remetente. Rui, que em Istanbul estava presente, escreveu ao Milan antes da final da Champions League na Grécia: 'Quem teve a sorte, como eu, de viver a Família do Milan, jamais esquece e jamais deixa de se sentir parte dela. Compreendi isso ao voltar para o Benfica, uma opção muito sentimental que me trouxe de volta às minhas raízes coroando um sonho que havia me acompanhado desde o dia em que, ainda um garoto, deixei Lisboa. O Milan porém entra nas veias e não sai mais, por isso gostaria de transmitir ao sr., ao Presidente, a Carlo e a todos os rapazes que o meu coração estará com todos vocês em Atenas. Estou orgulhoso daquilo que vocês souberam fazer nessa dificílima temporada e sei que saberão encerrá-la como Milan, com a classe e a coragem que só o Milan sabe exprimir nesses momentos 'especiais'! Bater o Liverpool será uma pequena revanche para mim também... (esta a carta de Rui, publicada em 18 de maio no site acMilan.com). Aconteceu assim: O Milan bateu o Liverpool também por Rui e por todos os protagonistas da final de 2005. Foi o que declarou Adriano Galliani em Atenas, após a esplêndida vitória. Lendo a carta de Rui, a realidade pareceu simples. Diante daquilo que está escrito compreende-se a atitude 'melancólica do Rui rubro-negro em relação a Florença. Rui é um homem de sentimentos, de valores, de calor. A camisa, o clube, o público, tudo passa a fazer parte do coração de Rui que hoje se comporta em relação ao Milan do mesmo modo que fazia como milanista em relação ao mundo viola. Firenze e Milão são as suas cidades italianas. Agora o mundo milanista está pronto para revê-lo e abraçá-lo. Estará vestindo outra camisa, o nosso Rui, e entretanto, estamos seguros, para muitos as cores diferentes se confundirão, não parecerão assim tão nítidas. San Siro não vê a hora de observá-lo novamente no campo onde ele deu o máximo de si por cinco temporadas. Antes porém terá também a oportunidade de ouvi-lo: o nosso ex-número 10 e hoje número 10 do Benfica será protagonista da entrevista coletiva da véspera da 'primeira' da Champions em Milão. Em companhia de Camacho, Rui responderá às perguntas dos jornalistas. E no dia seguinte voltará para ele o efeito San Siro. O abraço em seus ex-companheiros e agora amigos. Em todo o ambiente rubro-negro que ainda tem vontade de dizer-lhe, mesmo como adversário: 'Obrigado por tudo, Rui'.
Retirado do sitio oficial do A.C.Milan
Duque de Espadas
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