domingo, julho 23, 2006

O Fenómeno

O Benfica apresentou Katsouranis. Este reforço simboliza um fenómeno curioso e que deveria ser visto com atenção. O SLB foi buscar um treinador à Grécia, português de gema, com boa cotação nesse campeonato. O que se vê frequentemente aquando da mudança de treinador é que o novo homem do banco traz os jogadores de qualidade que melhor conhece para jogar na nova equipa. Quando um treinador vem de um campeonato estrangeiro vemos chegar a Portugal jogadores desconhecidos que trazem por vezes mais-valias importantes para o nosso campeonato. O que geralmente acontece é que os treinadores não conhecem o nosso futebol e os jogadores não se adaptam, e lembro o caso de Souness como expoente máximo de um treinador que trouxe um camião de jogadores ainda que querendo impor um estilo diferente do utilizado no nosso campeonato. No actual caso do SLB é diferente, um treinador que conhece bem o nosso futebol e que, na escolha dos novos jogadores, certamente teve essa sabedoria em atenção.

Geralmente diz-se que os jogadores são como os melões e que só depois de começarem a jogar é que podemos ver o seu real valor. O SCP, com a contratação do sueco Farnureud, foi buscar um melão. O SLB com a vinda do grego, reduziu bastante esse risco.

Acho que o SLB teve uma importante e feliz decisão. Agora vamos a ver se o treinador tem categoria para tocar uma guitarra que apresenta alguns bons jogadores…

Abraços,

Valete de Copas

sexta-feira, julho 21, 2006

Os suspeitos do costume!

De acordo com todas as previsões e estatísticas, Portugal arrasta-se cada vez mais para a cauda da Europa, de onde saiu, durante a adesão dos países de leste. Este curto período em que saímos da cauda da Europa serviu para nos sentirmos superiores, mais próximos da “1.ª liga” de países europeus, um sentimento que rapidamente percebemos tratar-se de um equivoco, sem que tivessemos tirado partido dessa posição.
Em contraponto com a nossa vizinha Espanha, cuja economia cresce a uma média de 2,5% ao ano, nós já nos contentamos quando o Banco de Portugal revê o crescimento do país em alta para uns míseros 1,2%.
Um dos obstáculos ao crescimento da nossa economia muitas vezes apontado, é a falta de uma legislação laboral flexível que acaba por condicionar a produtividade. Mas se o problema da baixa produtividade do trabalhador português é uma legislação laboral inadequada, então como é possível por exemplo, que na França onde a legislação laboral é muito mais protectora do trabalhador, os imigrantes portugueses sejam considerados bons trabalhadores e com bons desempenhos produtivos!? Como é possível os trabalhadores portugueses serem produtivos nos EUA, na França, na Alemanha e não sejam em Portugal? Será que o problema está no ar que respiram?
Porventura será altura de pensarmos que o problema da produtividade não está nos trabalhadores mas sim em quem os orienta, sejam eles sindicatos, empresários, patrões ou políticos.

Ás de Ouros

sexta-feira, julho 14, 2006

A Máfia do Futebol e os Mundiais sem destaques

Bem… qualquer Mundial que se seguisse ao México 86 (de Maradona) ou ao Espanha 82 (de Zico, Sócrates e Paolo Rossi) tinha que arcar com esta grande responsabilidade que era manter o nível, mas estamos a falar de 2 dos melhores de sempre, logo…
A verdade é que deste Alemanha 2006 não há um único jogo que fique para a memória, um único jogador que sirva de referência aos miúdos, uma única surpresa quer de equipas quer de jogadores. Quanto às comparações com o Itália 90, remeto para o meu anterior post – ao qual me esqueci de referir a estória de Totó Schilachi, um jogador mediano que fez um grande Mundial e a quem logo se comparou com Paolo Rossi, também ele um jogador de 2ªlinha do futebol italiano, caído em descrédito por um escândalo de corrupção e que só ao seleccionador convencia, tendo ambos acabado o Mundial como heróis italianos.
Acredito que ao vivo seja outra coisa e talvez seja essa emoção da imediaticidade que tenha feito com que o Valete tivesse gostado. Mas quanto a mim, estou à vontade na comparação pois todos os Mundiais que vi foi na tv. Mais a mais, pese embora o patriotismo, tenho a perfeita noção de que a nossa Selecção jogou muito pouco, o que só serve para caracterizar este Mundial, pois para quem não sabe ganhamos o prémio para o melhor futebol (justo, pois por estranho que pareça, talvez tenha sido o menos mal praticado).
Um esclarecimento: sou católico, com algum fervor e não gosto do Vaticano, nem da Instituição Igreja, nem da Opus Dei, nem de nada que eu considere ser a exploração da fé dos cristãos. De igual modo sou um amante do futebol e também não gosto da FIFA, da UEFA ou de qualquer outra Instituição que se aproveite da paixão das pessoas. O futebol nunca pode ser confundido com essa gente, pois é muito anterior a eles, ultrapassa-os largamente, e está longe de depender deles. Tratam-se de organizações que ao invés de zelar pelo jogo, só vêem negócio (com os resultados à vista). O futebol são 22 jogadores e uma bola, o resto são adereços.
Agradeço o avivar da memória, mas salvo certos pormenores, relembro bastante bem os Mundiais anteriores à Coreia 2002, pois ao contrário dos 2 últimos (mais este que o anterior que ainda teve Ronaldo e R.Gaúcho), todos tiveram uma série de figuras e factos que os notabilizaram . Tem, no entanto, a utilidade de ajudar outras cartas mais desmemoriadas.

Duque de Espadas

quinta-feira, julho 13, 2006

Para reavivar memórias

Mundiais desde que somos nascidos.
É claro que é a opinião de quem escreve...

In "publico.pt"

2002 – Coreia do Sul/Japão
O penta dos três R's
Pela primeira vez organizado em dois países, o Mundial estreou-se na Ásia numa prova para esquecer para as selecções europeias. Portugal acabou eliminado na primeira fase, a Espanha e Itália caíram aos pés da Coreia do Sul, mas com muitas razões de queixa dos árbitros, e a Inglaterra não conseguiu ultrapassar a habilidade brasileira.

1998 - França
Allez Zidane
Em 1930 Jules Rimet sonhou com a vitória da França. Só cinquenta e oito anos depois o sonho se realizou. E em terras gaulesas. O principal responsávelfoi Aimé Jacquet, que, contra tudo e contra todos, montou uma equipa sólida e assente no génio criativo de Zidane.

1994 - EUA
Tetra na terra do Tio Sam
Vinte e quatro anos depois, o tetra brasileiro. Culpa de Carlos Alberto Parreira, que montou uma equipa eficaz de trás para a frente, e também de Romário, decisivo como nunca na caminhada rumo ao titulo.

1990 – Itália
Sem magia
Sem classe, sem emoção, sem magia. O Mundial de 90 ficará como um dos mais maçadores de sempre. Argentina e Alemanha repetiram a final mas sofreram até chegarem a Roma.

1986 – México
E Deus desceu à Terra
Em cinco minutos, Diego Armando Maradona mostrou porque era um jogador ímpar. Primeiro com um golpe habilidoso de mão – ele disse que era a “Mão de Deus” e assim passou à história – e depois com uma arrancada iniciada antes do meio campo e que só terminou com a bola nas redes do inglês Shilton.

1982 – Espanha
O herói maldito
Depois de ter estado suspenso durante dois anos por corrupção, Paolo Rossi tornou-se um herói nacional para os italianos. E ninguém diria que assim iria ser, depois de a primeira fase da Itália ter ficado marcada por três empates.

1978 – Argentina
O tango do regime
Pela segunda vez consecutiva, a Holanda chegou à final e viu-se derrotada pela equipa da casa. Mas as semelhanças com o Mundial anterior terminam aqui. Sem Cruyff, que recusou por os pés num país onde desapareciam pessoas, a Holanda não mostrou o mesmo perfume futebolístico.

Valete de Copas
Apelo

Começo só por dizer que, julgo eu, uma pessoa fanática por religião não critíca o Papa ou o vaticano. Criticam sim, esses que têm uma opinião suficientemente afastada que lhes permite que a cegueira fanática não perturbe a visão e opinião. E era esse aspecto no artigo que eu estava a comentar, quando MST se intitulou um quase fanático por futebol, apesar de toda a gente, que o tenha seguido ao longo do Mundial, perceber a sua distância face ao jogo, a sua frieza perante um espectáculo de paixões. É assim que vejo as coisas e agradeço ao duque a tentativa de me fazer ver de outra forma.

Agora, porque tenho as restantes cartas do clubedasueca da sueca em muito boa consideração, capazes de, na generalidade das matérias, opinar e até informar, apelo aqui a que partlhem a sua opinião sobre o Mundial. Isto porque, para mim, este Mundial há-de ser sempre especial, não o vi com o comando à mão antes a vibrar com italianos, polacos, brasileiros e alemães, pelo que posso aqui ter uma opinião um pouco distorcida. De cada vez que havia um jogo era uma festa e torcia de uma forma diferente daquela em casa fazia. E se calhar por isso compreendia melhor o jogo das outras equipas, quase como nós todos fomos obrigados a compreender o da nossa...

Mas estarei eu errado?

Abraços,

Valete de Copas
Mundiais e mundialitos

Não tenho mandato para defender as posições de MST (nem ele precisa), mas vou fazê-lo, pois dada a coincidência de opiniões entre ambos, com isso sustento as minhas próprias convicções.
Não compreendo a razão pela qual gostar de futebol deve implicar apreciar os seus representantes. Isso é como não poder ser cristão por se criticar o Vaticano e os seus despautérios. Na realidade, aquelas instâncias que mais deveriam contribuir para o desenvolvimento do futebol são as que mais o destroem. É por tanto gostar do fenómeno que o autor contesta estes poderes. Quanto a mim, representantes do futebol são os jogadores (nem os treinadores incluo)
De facto, o futebol é um negócio e há jogos a mais o ano inteiro. O problema é que o Mundial era, tradicionalmente, uma espécie de reserva do bom futebol, onde mesmo aqueles que não apreciavam este desporto viam com agrado. O Mundial era para eles como para nós, europeus, o “superbowl” ou as finais da NBA. Era o expoente máximo.
Também não me agrada que se reduzam às equipas presentes. Julgo que a solução passa antes pela redução dos jogos dos campeonatos nacionais, Liga dos Campeões, etc… Foi confrangedor ver a forma como se apresentaram jogadores como R.Gaúcho, Káká, Shevchenko ou outros.
O que não consigo concordar, embora naturalmente respeite, é a comparação com o Itália 90. Nesse torneio, tivemos vários grandes jogadores – Baggio, Matheus, Maradona, Gascoigne, Lineker, etc… - a destacarem-se (difícil foi escolher o melhor), contrariamente a este.
Houve uma série de jogos que ainda hoje recordo com saudade e que ficaram para os anais do futebol – o mais memorável: Itália- Argentina no San Paolo de Nápoles, terra de S.Maradona (mas houve também um grande Argentina-Brasil ou um fantástico Alemanha-Holanda). E neste, que grande jogo tivemos?
Grandes surpresas como a vitória dos Camarões (com 10 jogadores desde muito cedo!!!) à Argentina, ou em equipas, os Camarões ou a Colômbia (do Higuita). Enfim… um grande Mundial. Passe o exagero, creio mesmo que tenho uma mais clara memória desse Mundial do que deste último.
Em 1990, nós crianças, queríamos ser como os ídolos que víamos no Mundial - eu imitava Baggio, jogador que conheci nesse Mundial e se tornou uma grande referência, um ídolo para mim. Conseguirão os miúdos de hoje retirar algum modelo deste Mundial (sem ser defesas e guarda-redes)?

Duque de Espadas

quarta-feira, julho 12, 2006

A minha opinião

Miguel Sousa Tavares, é, antes de mais e entre outras funções, um paineleiro que aprecio. Tem clareza nas opiniões e, na generalidade dos casos, consegue-as sustentar como poucos. Agora, como a generalidade dos paineleiros, é por vezes inflexível a defender a sua dama - e refiro-me a todas opiniões em que criticou severamente o Mundial ainda antes de este ter começado. Aliás, MST, escreve bem mais do que o que duque teve a gentileza de partilhar, inclusivamente em relação ao campeonato nacional, daí que desafie os leitores do blog a consultarem a sua opinião on-line.

Para defender a sua dama, MST, começa por se definir como um quase viciado em futebol, o que para quem leu as suas opiniões no início do Mundial não parece fazer muito sentido, aliás para começar bater em tudo o que é instituições, competições e mais altos representantes do jogo.
Agora aquilo que MST escreve, e com isso concordo, é que o futebol é cada vez mais um negócio, ainda que não concorde na forma como ele o associa ao mundial. Apesar de gostar de futebol sou incapaz de ver num sábado à tarde o Chelsea-Southampton, seguido do Man United-Bolton, ter um intervalo durante o jogo português e seguir para o Barcelona-Málaga que se afigura pela noitinha. E domingo ao almoço o Milan-Lázio. Realmente, não há cabeça, e falo pela minha, que aguente uma dose destas. Chegado o verão passam o Irão-Angola, o Arábia Saudita-Tunísia e, só mais tarde, o França-Espanha.

Acho, isso sim, que deve ser o consumidor a seleccionar o que quer ver, sob pena de já não ter paciência para ver jogo nenhum...Nisso, MST, sugeriu efectivamente uma redução do número de equipas no Mundial. Pessoalmente não concordo por considerar que o Mundial deve dar oportunidade a que o maior número de nações se junte nessa grande festa - e não quero com isto dizer que deviam ser 50 selecções mas um número que não limitasse, como os anteriores 16, algumas das melhores equipas de participar - e lembro o exemplo de França, Inglaterra e Portugal no USA94 (o último com 16equipas).

O resto acho subjectivo e, como cá escrevi, se este Mundial não teve o encanto de outros (como o de Dahlin ou Milla), teve outros encantos e é com esse prazer que o quero recordar. Recuso-me portanto, a compará-lo ao Itália 90, o mais chato de sempre e com menos público, ou ao da Coreia, esse sim para esquecer.

Abraços,

Valete de Copas
Desculpem, mas não resisti...

Uma transcrição (com cortes) do último comentário de MST n´"A Bola". Ainda bem que as minhas crónicas são anteriores, senão ainda passaria por plagiador...
Os comentários entre parentesis e a decisão de marcar certas frases são, obviamente, da minha responsabilidade.
"Aconteceu-me o que não era suposto poder acontecer a quem se considera quase viciado em futebol: adormeci durante a final do Mundial (também eu)! Acabou assim, sem beleza, e decidido a penalties como não podia deixar de ser aquele que foi, provavelmente, o pior Mundial de todos os tempos (onde é que já vi isto?). Pior ainda do que o Coreia-Japão, onde os génes do vírus que parece ter-se instalado na maior competição futebolística do mundo já eram evidentes, para quem os quisesse ver. Não sei a quantos mais mundiais destes poderá o futebol resistir, mas seria bom que as cabeças pensantes percebessem que não resistirá eternamente.
O que faz do futebol o espectáculo mais popular do mundo é a sua simplicidade de meios, de regras e de objectivos. Jogar futebol, gostar de ver jogar futebol, é a coisa mais natural e instintiva que existe num ser humano: basta uma bola e um jogador de cada lado e é possível ter futebol. Mas, seja com dois ou com vinte e dois, num campo de terra ou num relvado perante 70.000 espectadores, nenhum jogador e nenhum espectador se contenta com um tipo de jogo que se limite a fazer circular a bola de uns para os outros, sem nenhum outro objectivo que não fazer passar o tempo, à espera de um deslize do adversário ou do desempate por penalties. O futebol foi inventado para que as pessoas se divirtam a ver ou a jogar. Não para que adormeçam em frente à televisão, morram de tédio nas bancadas ou de impotência em campo. Sem golos e sem liberdade para os artistas, não existe futebol apenas a caricatura científica dele, que nos vendem como resultado de grande trabalho, grande competência e grande modernidade.
O que aconteceu na Alemanha foi o triunfo do resultadismo, a imagem de marca deste Mundial.Todos eles Brasil, Argentina, Alemanha, Inglaterra, França esperaram poder ganhar o Mundial através da mesmíssima fórmula posta em campo pelos italianos: o mínimo de riscos, o mínimo de desgaste, o mínimo de improviso, o mínimo de liberdade concedida aos artistas, próprios ou alheios. Ganhou a Itália, pois, porque nesse tipo de jogo é ainda a melhor.
Quem foi o melhor jogador do Mundial? Resposta adequada: ninguém. Não houve um só jogador que se destacasse de forma clara e regular, ninguém que tenha sido autor de uma só jogada de que nos lembremos daqui a um mês.
Não houve um só jogo de encher o olho, um só que fique para sempre associado à memória deste Mundial. O melhor marcador da prova não foi além de cinco golos facturados. E a imagem que ficará a marcar este Mundial (para além da excelente organização alemã, que é justo recordar) é a desgraçada cabeçada de Zidane em Materazzi.
Aparentemente preocupada com o que viu e com os comentários que foi ouvindo, a FIFA anunciou agora que vai fazer um seminário de reflexão com os treinadores das 32 selecções presentes para tentarem perceber porquê que se viu tão pouco futebol de qualidade neste Mundial. É assim como se a policia, preocupada com os assaltos a bancos, chamasse os chefes das principais quadrilhas de assaltantes para discutir as medidas a adoptar.
Toda a gente sabe que a fraca qualidade deste futebol é obra directa dos treinadores resultadistas, os teóricos do futebol de «expectativa e contenção», da «coesão defensiva», da «circulação de bola», da «redução de espaços» e da «consistência», que põem todas as equipes a jogar igual, as boas e as más, as que têm grandes jogadores de ataque e as que não têm: todas a jogar em 40 metros de campo, todas a defender atrás da linha da bola, como no andebol, todas reduzidas a um único avançado de raiz. Por isso, e primeiro que tudo, o que a FIFA deveria fazer era juntar os 32 treinadores com algumas velhas glórias do futebol, ex-treinadores de equipas que fizeram história e representantes do público, para que estes explicassem àqueles que, a continuar assim, nem os mundiais nem o futebol têm grande futuro.
Mas, acima de tudo, o que é urgente e necessário é lançar uma campanha pública à escala global de defesa e promoção do futebol-espectáculo contra o futebol resultadista. E isso não é só à FIFA que cabe fazer: começa aqui, nas páginas da imprensa desportiva (ou do blog)."

Duque de Espadas

segunda-feira, julho 10, 2006

Fim de festa

Começo por agradecer à Bisca a amabilidade. Num conjunto de postadas que fui escrevendo ao longo da competição defendi o estilo de jogo da Itália, que não considero defensivo mas seguro e equilibrado, e por isso ganhou. Quero ainda focar dois ou tres pontos que me permitem expressar a minha opinião:

1 - não considero que a Itália tenha tido uma caminhada fácil, antes tinha-lhe calhado na sorte um dos grupos da morte, com os EUA que ficaram pelo caminho ao contrário do que sucedeu em 2002 e a Rep Checa que também não se apurou apesar de ser uma equipa que joga bom futebol e de ter ido às meias-finais no Euro2004. Passaram Itália e Ghana.

2 - o Brasil e a Argentina foram, para mim, as maiores decepções, um porque nunca conseguiu jogar nada e o outro porque evitou, sempre que era a doer, fazê-lo. E a derrota contra a Alemanha só lhes ficou bem depois de terem passado 45min+30min a atirar-se para o chão e a demorar nas foras.

3 - o duque acaba por ter alguma razão nos seus lamentos, mas agora volto a questionar, não será este um problema do número de equipas? e mais, será que é mau a equipa campeã do mundo ser capaz de ter tantas soluções que permita ter golos de Inzaghi, Iaquinta, Gilardino, Toni, Del Piero e Totti (para só falar de avançados) na mesma competição? e a Suécia do Dahlin não foi o Portugal do Cristiano Ronaldo?
Eu também previa que pudessem haver algumas surpresas, mas não acho bem entrar naquela do 'no meu tempo é que era isto ou aquilo'...

Eu tenho pena que o Mundial tenha terminado.

Abraços,

Valete de Copas
Coisas do Mundial

A FIFA distinguiu Zinedine Zidane como bola de ouro do Mundial da Alemanha. Apesar da expulsão de ontem, prefiro que a FIFA distinga um virtuoso e não um jogador defensivo como Cannavaro.

A nossa selecção foi reconhecida com o prémio de futebol mais atractivo praticado no mundial. Em relação a esta distinção levanto as minhas reservas, pois entendo que Portugal não praticou um futebol vistoso e teve poucos momentos de magia.

Resta-me dar os parabéns ao nosso valete pelo palpite certeiro em relação à selecção que conquistou o mundial.

Bisca de Copas
Para reflectir

Há 44 anos que o melhor marcador de um Mundial não tinha tão poucos golos -5. Em 94, Salenko marcou os mesmos num só jogo. Creio que não faltam grandes pontas-de-lança mas dado o estilo calculista de jogo que temos vindo a assistir, nunca como agora, o recorde de Just Fontaine (13 golos) esteve tão distante…
No momento em que escrevo ainda não se sabe quem foi o melhor jogador do Mundial. Mas será que alguém tem uma suspeita? Quanto a mim, os que melhor estiveram foram Riquelme ou Klose, mas como por tradição ganha um jogador que jogou a final, torna-se ainda mais difícil decidir. Aposto em Pirlo ou Buffon (este numa 2ª linha). Tenho saudades dos mundiais em que Romário, Baggio, (para não falar de Maradona) brilhavam intensamente e em que apareciam grandes surpresas como Toto Schilacci, Martin Dahlin ou Roger Milla, jogadores banais que pareciam estar com a estrelinha toda nesta competição. Ah! E tínhamos o inenarrável Higuita (e Jorge Campos, Chilavert, etc…) que não defendia muito mas animava a malta. Quem é o Higuita desta Mundial? Pobre Mundial em que não há figuras de destaque ou uns outsiders entusiasmantes…
E equipas? Onde estão as surpresas? Com excepção da meia-surpresa que foi Portugal, onde andam os Camarões de 90 e 94, a Nigéria de 94 e 98, ou a Bulgária e a Suécia de 94 - equipas que tão bom futebol praticavam e que foram longe na competição - ?
Enfim, sinais dos tempos…

Duque de Espadas

quinta-feira, julho 06, 2006

Caímos de Pé!

Fazendo um balanço da campanha portuguesa neste mundial o mínimo que se pode dizer é que “fizemos história”!
Estivemos a um passo da final, mas no futebol nem sempre ganha a melhor equipa. Perder com a França deixa um amargo de boca, mas não é menos verdade que a França também tem um bom colectivo e soube vencer com as armas que tem. No jogo de ontem faltou-nos o Deco, e um ponta-de-lança digno desse nome.
Quanto ao árbitro, esteve bem ao assinalar o penalty, pois o Ricardo Carvalho toca no pé do Henry, mas também devia ter assinalado o penalty sobre o Cristiano Ronaldo (em boa verdade, o toque não seria suficiente para o CR cair mas o mesmo se passou com Henry e nem por isso o arbitro deixou de marcar). Ainda sobre a exibição do árbitro, houve alguma complacência disciplinar com a França e alguns apitos cirúrgicos!

Olhando para o futuro, julgo que é altura dos jogadores mais experientes darem oportunidade aos jovens talentos que temos. Jogadores como Costinha, Nuno Valente, Figo e Pauleta foram muito importantes para os recentes sucessos de Portugal, temos que lhes estar gratos. Em todo o caso, está na hora da renovação. Temos muitos talentos à espera de mostrar o que valem. O único lugar que me parece não estar assegurado é o de ponta-de-lança... mas esse mal já é crónico!

Ás de Ouros
Boa viagem e obrigado

Para quem seguiu a caminhada de Portugal num outro pais, longe da euforia feirante de algumas televisoes portuguesas, devo dizer que foi um prazer ter estado sempre a torcer por aqueles que segundo alguns comentadores franceses sao viciosos e batoteiros. Cada jogo nosso era sempre um fraco jogo, estavam a espera que Ronaldo fintasse dez e marcasse e Figo fizesse o mesmo. No entanto, em relaçao a equipa da casa, o hiper defensivo jogo que praticam nao merece qq reparo.
O facto de ontem terem feito um unico remate perigoso (henry) passa-lhes completamente ao lado. O importante é a final. Mesmo se no inicio ninguem acreditava e as criticas eram fortes. Penso que a espanha fez o grande favor aos franceses, acordou-os e deu-lhes o orgulho necessario para enfrentar os jogos seguintes com mais confiança.Domenech, esse arrogante e fraco treinador, repito, fraco, mesmo se leva a equipa mais longe, jogando um futebol ultra-defensivo e sem imaginaçao. Ontem acabou a provocar os nossos jogadores. Por essas razoes desejo que no domingo os franceses enfardem dois ou tres golos para calar algumas bocas arrogantes. No inicio do campeonato esses bocas estavam caladas com medo de serem eliminados pelo Togo (super-potencia do futebol mundial). Agora é ve-los na televisao a cantar os feitos dos galos. Mesmo se existem muitas razoes para que apoie a França, o meu sentimento de revolta é superior e tratando-se de um simples jogo de futebol, a minha escolha esta feita. é-me impossivel ter algum sentimento por esta equipa.
Obrigado Portugal
Rei de espadas
Déjà vu

Um breve nota sobre a saída da selecção deste mundial. Ontem, aí mais ou menos aos 25 minutos de jogo, comecei a pensar que já tinha visto um filme daqueles nalgum sítio. Considero que a Selecção Portuguesa arrancou muito bem mas ao não conseguir marcar quando estava por cima arriscava-se a perder o jogo quando o adversário marcasse...infelizmente foi o que aconteceu.
O penalti, bem esse foi claramente um déjà vu, não por ser ou não efectivamente penalti, por sentir que se fosse o Cristiano Ronaldo a cair naquela situação provavelmente o árbitro não apontaria o castigo máximo.
Depois, o final do jogo, apesar do coração dizer o contrário, pareceu outro déjà vu, com a equipa portuguesa sem ideias a atirar bolas para os franceses que, com mais uns 20cm em média do que nós, não nos davam muitas chances.

Bem, comparando as equipas, concluímos que fizemos um grande mundial. Ora vejamos, entre os finalistas, se Henry não está a jogar bem, entra o Trezeguet; se Toni não está a jogar bem pode entrar Inzaghi, Iaquinta, Del Piero...enquanto isso nós metemos o Pauleta a titular, que esse sim aproveitou para mostrar que é o Schevechenko português, e se não estiver a resultar metemos o Postiga...o que é isto?? Já para não falar em outras equipas como a Espanha e o Brasil que terminaram o mundial mais cedo...

Portanto, há uma certa sensação de morrer na praia, mas as nossas poções mágicas estavam-se a esgotar.

Abraços,

Valete de Copas
Arbitragem

Em relação ao jogo vou apenas juntar duas notas: num jogo tão táctico e calculista, sentia-se que a equipa que marcasse primeiro ganharia. Infelizmente para nós foram os franceses quem o conseguiram.
Um segundo apontamento prende-se com a ligeireza com que por vezes vejo aplaudir exibições de árbitros que nos prejudicam claramente. Eu assisti a uma arbitragem má, habilidosa e que nos lances duvidosos apitou sempre para o mesmo lado. Acresce a isto os momentos do jogo: o penalty que nos é assinalado não é maior do que o sofrido por Ronaldo, sendo ambos bem visíveis… em câmara lenta.
Creio que esta arbitragem teve duas razões essenciais: a campanha dos jogadores e imprensa francesa (no seguimento do que já tinham feito os ingleses); a diferença de estatuto entre as equipas – ainda somos pequenos ao nível dos jogos de bastidores e lamentavelmente, as camisolas ainda ganham jogos.
Não quero com isto dizer que foi o árbitro que decidiu o jogo, mas ajudou.
Um último ponto de um teor mais geral, para dizer que também preferia que Portugal jogasse mais ao ataque e desse mais espectáculo, mas tal como já escrevi, concedo uma maior tolerância nas equipas com que sofro (ainda que não me seja indiferente, de todo, ganhar a jogar bem ou mal). Se a Itália jogar na final como contra a Alemanha (enfim, jogou relativamente ao ataque) e a França como contra nós, então serei italiano.

Duque de Espadas
Vinho da casa, por favor!


No rescaldo da participação portuguesa, porque aos meus olhos o próximo jogo é uma perfeita idiotice e só existe para Blatter e amigos comerem mais algum, devo dizer que acima de tudo me emocionou. Acho que esta selecção, está um pouco aquém daquela que foi vice-campeã europeia, devido à baixa de forma de algumas peças importantes, e deste ponto de vista, acho que foi um Mundial extremamente positivo. Por outro lado, em jogo jogado, nada ficamos a dever aos avecs, e por isso me invade um enorme sentimento de frustração. Quanto ao jogo que nos deixou pelo caminho, duas opiniões: arbitragem extremamente positiva sem qualquer influência no resultado; e, que pena o abandono de Zidane. Um senhor dentro do campo, que pouco ou nada fica a dever a Maradona, aquele que foi para mim o melhor de sempre.

Duas notas:
1º: a fase de preparação da selecção Gaulesa, foi feita nos Alpes Suíços. Em conversa de café no inicio do mundial, referi este facto a uma das cartas, dizendo que estava curioso por ver o nível físico que iriam apresentar. Coincidência ou não, parece-me que para a selecção mais velha presente no Mundial, não estão nada mal. Ao nível da outra finalista. A diferença, é que este dopping é natural, e os italianos costumam usar o sintético ( lembram-se de Cannavarro e restante selecção antes da final de 96, salvo erro).
2º: somos a única selecção que foi para o Mundial sem pontas de lança. Grande o feito atingir as meias-finais. Costa Rica (Wanchope): 2 golos, Austrália (Cahill): 2 golos, México (Omar Bravo): 2 golos, Equador (Delgado e Tenório): 2 golos, Polónia (Bosacki): 2 golos, Costa do Marfim (Dindane): 2 golos, Suiça (Frei): 2 golos. O Pauleta, o nosso ponta de lança melhor marcador, conseguiu marcar tantos golos como o melhor marcador de Angola:1!!! Para quem achava que este iria ser o Mundial de Pauleta, deixem que vos diga que acho, que nem este nem nenhum! Para marcar golos à Polónia, Liechestein, Luxemburgo, e selecções do género, vão servindo, agora quando o vinho é doutra pipa…a uva tem que ser muito melhor! E numa lista de vinhos, todos sabemos, que há os caros e os baratos! Infelizmente, nós bebemos sempre o vinho da casa!


Abraço, 4 de espadas!
Vinho da casa, por favor!


No rescaldo da participação portuguesa, porque aos meus olhos o próximo jogo é uma perfeita idiotice e só existe para Blatter e amigos comerem mais algum, devo dizer que acima de tudo me emocionou. Acho que esta selecção, está um pouco aquém daquela que foi vice-campeã europeia, devido à baixa de forma de algumas peças importantes, e deste ponto de vista, acho que foi um Mundial extremamente positivo. Por outro lado, em jogo jogado, nada ficamos a dever aos avecs, e por isso me invade um enorme sentimento de frustração. Quanto ao jogo que nos deixou pelo caminho, duas opiniões: arbitragem extremamente positiva sem qualquer influência no resultado; e, que pena o abandono de Zidane. Um senhor dentro do campo, que pouco ou nada fica a dever a Maradona, aquele que foi para mim o melhor de sempre.

Duas notas:
1º: a fase de preparação da selecção Gaulesa, foi feita nos Alpes Suíços. Em conversa de café no inicio do mundial, referi este facto a uma das cartas, dizendo que estava curioso por ver o nível físico que iriam apresentar. Coincidência ou não, parece-me que para a selecção mais velha presente no Mundial, não estão nada mal. Ao nível da outra finalista. A diferença, é que este dopping é natural, e os italianos costumam usar o sintético ( lembram-se de Cannavarro e restante selecção antes da final de 96, salvo erro).
2º: somos a única selecção que foi para o Mundial sem pontas de lança. Grande o feito atingir as meias-finais. Costa Rica (Wanchope): 2 golos, Austrália (Cahill): 2 golos, México (Omar Bravo): 2 golos, Equador (Delgado e Tenório): 2 golos, Polónia (Bosacki): 2 golos, Costa do Marfim (Dindane): 2 golos, Suiça (Frei): 2 golos. O Pauleta, o nosso ponta de lança melhor marcador, conseguiu marcar tantos golos como o melhor marcador de Angola:1!!! Para quem achava que este iria ser o Mundial de Pauleta, deixem que vos diga que acho, que nem este nem nenhum! Para marcar golos à Polónia, Liechestein, Luxemburgo, e selecções do género, vão servindo, agora quando o vinho é doutra pipa…a uva tem que ser muito melhor! E numa lista de vinhos, todos sabemos, que há os caros e os baratos! Infelizmente, nós bebemos sempre o vinho da casa!


Abraço, 4 de espadas!

quarta-feira, julho 05, 2006

Não estou muito optimista em relação ao resultado que nos pode levar à final. O tipo de jogos, muito fechados e tácticos, que se tem assistido nos quartos e na meia final de ontem, privilegia a equipa francesa.
Deixar o Zidane sozinho é um erro, não por qualquer golo decisivo que ele possa marcar, mas acima de tudo pela dinâmica que emprega à equipa!
Analisando as individualidades estou em crer que Portugal leva vantagem. Ricardo, Ricardo Carvalho, Miguel, Maniche, Deco, Ronaldo e Figo são dos melhores jogadores que há na competição. Do outro lado temos o Henry....o avançado que nos falta! Força Portugal!

Ás de ouros
Tres notas sobre o jogo de hoje:

1- Miguel ira ter muitas dificuldades em subir e fazer a diferença: Malouda defende bastante bem e Abidal é quase intransponivel no 1 para1;
2- Apesar de tudo o lado esquerdo de Sagnol é um pouco mais vulneravel(Ribery defende mal);
3- Zidane nao precisa de marcaçao especial, mesmo estando a jogar bem, nao é decisivo. Mas sera preciso ter cuidado com as subidas de Vieira...que pode ser decisivo nos desiquilibrios na zona de finalizaçao.

Tudo passa por fazer subir a equipa gaulesa no terreno, aumentando o espaço entre Barthez e os defesas centrais, tentando lançar contras muito rapidos entre os laterais e o defesa central. Se repararam, mesmo em fase atacante, os defesas centrais franceses jogam muito baixo, compensando assim a falta de velocidade de Thuram, estando ao abrigo de contra-ataques perigosos.Teremos de ter sobretudo muita paciencia e ensaiar 2 ou 3 bolas paradas para tentar surpreender. Depois é acreditar até ao fim...
Vamos Portugal !!


Rei de Espadas

segunda-feira, julho 03, 2006

Faca de dois gumes...apontados!!

Naturalmente, e como consequencia da presença de Portugal nas meias-finais do campeonato do mundo, tenho de também eu assumir que não esperava que a selecção fosse tão longe na prova. E daí retractar-me.

No entanto, posso claramente dizer que esperava uma outra selecção, diferente, e se sem os mesmos resultados, mais espectacular. Estamos muito longe, incrivelmente longe na competição, chegando, creio eu, cada um de nós a sonhar com a vitória final.

Não me sinto identificado com este treinador, com a sua postura, arrogância e falta de educação, que é muito mais tolarável num clube - privado - do que na selecção. Tenho, no entanto, de reconhecer que é dele o maior mérito por estas meias-finais...

Agora sinto que existe uma faca de dois gumes apontada por Scolari a todos os que gostam de Portugal e do "futebol espectáculo". É que actualmente todos os portugueses que crtiticam o resultado como móbil do jogo, e eu sinto-me incluído neste lote, têem de escolher entre apoiar uma selecção que joga pouquinho, sem ideias - é claro que Deco faz muita falta a esta equipa -, mas é a nossa, ou esperar que hajam golos, dribles e passes a rasgar...a nossa defesa.

Naturalmente quero ganhar!!

Abraços,

Valete de Copas