A sina de Sócrates
É por todos sabido que a política à semelhança da economia vive de ciclos. O primeiro-ministro Sócrates viveu dois anos em estado de graça. Gozava de grande popularidade junto da opinião pública e tinha a comunicação social do seu lado. O episódio da licenciatura do eng.º José Sócrates veio alterar esta situação. Se por um lado, Sócrates e o seu governo ainda gozam de grande popularidade, por outro lado, a relação com a comunicação social alterou-se substancialmente. De há três semanas a esta parte que somos brindados diariamente com notícias negativas em relação a José Sócrates e à sua governação. Um caso aparentemente irrelevante, uma licenciatura em engenharia civil, acabou por ser transformado num grande escândalo como se nada de mais importante se passasse no país. É obvio que existe um antes e um depois em relação ao folhetim da UnI, e que nada ficará como dantes. A imagem de José Sócrates junto da opinião pública mudou e a sua credibilidade saiu beliscada com a novela da UnI. Hoje será mais difícil para Sócrates olhar nos olhos dos portugueses e pedir-lhes rigor e exigência, do que há algum tempo atrás. Independentemente de saber que existiram falhas no processo de licenciatura de José Sócrates, continuo a achar que o caso é um fait-diver e que foi exacerbado pela comunicação social. Penso que um governante deve ser julgado pela sua governação, e não perante factos da sua vida privada. Sinceramente também considero inconcebível que se possa aferir do carácter de José Sócrates através do caso UnI. Entendo que só se deve formular juízos de valor acerca do carácter de alguém quando se conhece bem essa pessoa.
Foi o dr. Marques Mendes quem primeiro se referiu à falta de carácter de José Sócrates. Em relação a Mendes nem a força de carácter o fará primeiro-ministro.
Bisca de Copas
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