quarta-feira, dezembro 13, 2006

Eu, Pinto da Costa III

Finalmente a discussão tomou um rumo de seriedade, e os meus colegas de comentário falam sem demagogias do problema.
Estou, e ao contrário dos anteriores posts do mesmo autor, em especial acordo com a Bisca. O F.C.Porto é muito mais do que o seu presidente e viverá para além dele. Também concordo que este deveria ter saido há algum tempo, todavia, muito mais cedo do que o preconizado pela Bisca, mas aceito as suas razões. Creio que esta classe de dirigentes (na qual não excluo os do meu clube) faz mal demais ao futebol. Quantas pessoas, honestamente, acreditam na verdade desportiva? Julgo que a debandada geral dos espectadores nos estádios (entre outros factores) muito se deve a esta gente.
Quanto ao último comentário, congratulo-me por também aceitar - pelo menos assim o entendi - que o livro de CS não é um mero repositório de segredos de alcofa. Há lá acusações muito sérias, ou não tivesse o PGR já admitido que o estava a ler para averiguar da existência de indícios criminais.
Mas, como não há bela sem senão, cabe-me agora rebater alguns argumentos.
Nunca afirmei que seria tudo verdade o que vem no livro. O que não aceito é que não se investiguem as denúncias.
Ao contrário do que sustenta o Ás, não me pareceria normal, nem tolerável, que um juiz frequentasse a casa de um advogado na semana do processo em que ambos estavam envolvidos. Se ao menos o advogado da parte contrária também estivesse presente... Doutro modo, isso seria motivo para pedir a recusa do juiz e abertura dos consequentes processos disciplinares a advogado e juiz. Um juiz, ou um árbitro de futebol, é um garante da imparcialidade, da justiça e da isenção. Não acredito que, em consciência, o Ás aceite estas condutas como naturais.
Quanto à questão das agressões, concordo quando diz que terão que ser assacadas responsabilidades criminais a CS (até porque a imprensa fala de um suposto “estatuto de arrependida” que não tem consagração no nosso código de processo penal). O que não aceito é a dedução de que por não se conhecerem motivos a PC para não gostar de Bexiga, logo, não o deve ter feito.
Relativamente a MST, não me cabe fazer a sua defesa, mas custa-me ver um adepto ser crucificado pelos seus pares, só porque não segue a “corrente oficial”. É preciso distinguir a situação de MST, que apenas se representa a si próprio, de PC, que como presidente de um clube, é responsável pelo mesmo e pela sua imagem perante centenas de milhares de portistas. As suas atitudes reflectem-se no clube e no seu universo.
Por último, aproveito apenas para corrigir um lapso, que julgo justificar-se pela necessidade de “fuga para a frente”. Veiga não foi considerado culpado de nada. O que se passou foi a interposição de um procedimento cautelar, sem contraditório, em que o juiz entende “prender” alguns bens, para que, caso Veiga perca a acção (e aí sim seja considerado culpado) hajam bens que respondam pelo cumprimento da divida.

Duque de Espadas

3 comentários:

Anónimo disse...

Nunca abdicarei de pensar pela minha cabeça em relação a qualquer assunto. Sei que pertenço a uma minoria pelo facto de achar que PC já devia ter abandonado a presidência do clube. Porém, isso não me coibe de expressar a minha opinião ao invés de assobiar para o ar!
Uma ressalva: sinceramente acho que nunca escrevi nada com o crivo demagógico, mas respeito opiniões contrárias.

clubedasueca disse...

Entendo que houve alguma demagogia quando foi posta a questão do livro no campo da violação dos direitos de personalidade, mormente, no direito de reserva da intimidade e da vida privada. Este direito foi provavelmente violado, mas não é por isso que o livro é importante.
Acho que só te enobrece, pertenceres a essa minoria e pensares por ti próprio, como MST. É essa capacidade que nos distingue dos demais.

Anónimo disse...

obviamente, queria assinar como duque de espadas e não clubedasueca...