segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Fragilidades

Não compreendo a incapacidade do Ás de Ouros em lidar com criticas, com opiniões diferentes da dele. Fico sempre com a sensação que face à incapacidade de as rejeitar, esconde-se em subterfúgios. Desta vez, é a sugestão dos comentários passarem a ser no próprio post. Quantas vezes respondeu ele a coisas aqui escritas com outro comentário? Muitas, aliás, nem outra coisa faria sentido, pois o debate faz-se com sucessivos posts, não nos comentários aos posts. Estes tiques de autoritarismo inquietam-me. Aos meus posts podem sempre responder com novo post, mesmo que isso mostre à evidência todas as fragilidades do meu raciocínio. Não tenho a presunção de estar sempre certo.
Tenho uma certa dificuldade em lidar com discursos incoerentes. O Ás de Ouros quer distinguir o essencial do acessório, mas continua a bater em pontos absolutamente secundários nesta questão do aborto. Aliás, esta conduta errática tem sido típica nos senhores do “Não”: Primeiro, eram pela vida contra os assassinos. Depois, quando perceberam que o País evoluiu e já não vai em hipocrisias e chantagens emocionais, surge Marcelo Rebelo de Sousa com a tentativa desesperada de virar o jogo com a teoria tão bem satirizada pelos “Gato Fedorento” do crime sem castigo. Seguiu-se ainda uma declaração de mau perder de um médico até agora desconhecido (já repararam na quantidade de pessoas desconhecidas, ou quase, que saíram do anonimato com a causa do “Não”?) com jeito de padre, em que punha em causa a validade do referendo, insinuando que os abstencionistas votariam todos “Não”, se votassem (bem ao jeito do Estado Novo tão do agrado do Ás de Ouros). Agora, surge esta tentativa de mostrar que houve um logro que enganou os portugueses, coitadinhos, tão inocentes. Eles não percebem que os portugueses, como toda a Europa evoluída, não querem mulheres presas pela prática do aborto e preferem que este se pratique nas melhores condições de saúde possíveis. Isto é o essencial.
Diz ainda que é agnóstico político, o que duvido, mas acrescento que pior que ser agnóstico político é ser fundamentalista religioso. E preocupo-me quando sugere que os homossexuais são responsáveis pela SIDA. Ao menos, no tempo do Prof. Salazar, não havia disso... apenas alguns rapazes com trejeitos afeminados.

Duque de Espadas

1 comentário:

clubedasueca disse...

(...) Incapacidade de as rejeitar (...): já dei provas que as opiniões do duque na matéria do aborto são facilmente rebatidas. Mas como se tratam de pontos de vista, admito que ele seja convicto dos seus e rebate-los não faz parte dos meus objectivos quando escrevo. Não quis entrar no seu esquema de rebater “por oposição a”, pois acho intelectualmente pouco desafiante. Preferi levantar alguns assuntos, do meu ponto de vista pertinentes, para quem lê ter possibilidade de ajuizar pela sua própria cabeça. Abri excepções para rebater questões que não são meras opiniões mas são matéria de facto, em que o duque ardilosamente quis dar outra interpretação, faltando à verdade.

(...) Comentários no próprio post (...): efectivamente propus que assim fosse, mas talvez não tenha conseguido transmitir a minha intenção...para alguns. Acontece que o mês de Fevereiro foi pródigo em várias escaramuças e estar constantemente a fazer comentários no blog porque o sr. x é administrativista e não constitucionalista, ou outras matérias insignificantes, acaba por enviesar os objectivos maiores deste nosso blog. É preciso dar espaço a outros assuntos. Se assim sugeri - e note-se que não obriguei pois isso sim seria autoritarismo – devo também dizer que o pratiquei (antes mesmo de o ter sugerido), como é prova os comentários que fiz às recentes postadas do duque e o faço também agora.

(...) incoerentes (...): sobre a coerência ou falta dela, julgo que quem é a favor da vida, não pode ser a favor do aborto em qualquer condição. E sobre isto não há maior incoerência! Não me cabe a mim fazer a defesa de Marcelos, médicos ou quem quer que seja.

(...) inocentes (...): infelizmente a nossa democracia não é tão inocente como devia...mas por parte da classe política, pois o povo, na sua grande maioria é efectivamente inocente. Vota no partido e não vota nas promessas eleitorais que esse partido professa. E aqueles que votam em promessas eleitorais, 2 anos depois ou até antes, concluem que não foi isso que lhes foi prometido em campanha. Foram enganados!

(...) sugere (...): foi bem escolhida a palavra pois efectivamente, posso erradamente ter dado essa sugestão ao duque mas não foi isso que efectivamente quis dizer. O que disse é que a veleidade com que a sociedade tem abordado certos assuntos em favor da “modernidade” acaba por trazer males maiores.

Abraço

Ás de Ouros