Um PIN por favor
"O alerta é do grupo Portucel Soporcel, que, face aos números do inventário florestal nacional - que será divulgado na próxima semana -, prevê que a oferta interna se fique pelos 52 por cento das necessidades actuais e 45 por cento das futuras. Resta a importação, mais cara e que oferece menos qualidade. Por isso, pede mais investimento para o eucalipto." in Publico online 02/02/07,
Nas minhas leituras matinais em que O Publico continua uma referencia, choquei de caras com esta deliciosa noticia que para muitos parece ser uma questão sem importancia, mas para mim reflecte o que de pior existe na nossa "alta" industria. Os pobres coitados da industria de celuloses estão com falta de matéria prima, isto é, de EUCALIPTOS, nem mais. Todos sabem que o Eucalitpo é das maiores pragas que invadiram a nossa floresta (em nome de uma industria mais produtiva, claro) e que ao mesmo tempo arrasaram os nossos solos e contribuiram para a degradação do patrimonio florestal e consequentemente um aumento de incendios de cariz mercantil (não são só os bombeiros os pirómanos). Aqui o problema é mais grave, é como se um bébé chorasse pelo seio de uma mãe. E a mãe, o nosso respeitavel estado (todos nós, isto é), irá não só baloiçar o menino como dar-lhe de mamar, obviamente, o instinto materno é tudo. Tenho a certeza que os nossos fantasticos governantes serão as melhores mães do mundo do bébé chamado celulose. Aposto na onda dos famosos PIN's (projectos de interesse nacional?) que vão dar não só uma mama mas as duas ao mesmo tempo. Pois, todo o nosso objectivo é unico, manter a competitividade das nossas industrias a todo o custo, mesmo sacrificando todos os recursos que o País ainda, repito ainda, tem. Será que esses fantasticos empresarios não percebem que os tempos mudam e que a exploração de antes é completamente inviavel. O papel não tem os dias contados, pois a reciclagem ainda é para mim uma excelente hipotese, mas a forma como é gerido actualmente não tem futuro, só se transformarmos o país num Eucaliptal. Aí sim, que orgulho teremos na nossa super industria do papel. Ficaremos conhecidos como o pais dos campos de golfe, empreendimentos arabicos em cima das praias e dos Eucaliptos. Não obrigado.
Rei de espadas
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