Fugas
Foi bonito o discurso, (aquilo da lógica, dos argumentos enviesados, etc..) mas qualquer pessoa mais atenta apercebe-se que isso mais não foi do que uma fuga para a frente. Fiquei até constrangido ao ver um amigo tão incapaz de rebater argumentos. É que uma vez desmontados, rapidamente damo-nos conta de que o “rei vai nu”, pois todos eles caem pela base (casas de palha é o que dá…).
Eu pensava que não havia forma mais honesta de contra-argumentar do que pegar nos argumentos do arguente, um por um, e desmistifica-los. Tomara eu que fizessem isso comigo, aliás era o que esperava do Ás. Pelo contrário, ao invés de mostrar as fragilidades de que podiam padecer, preferiu contorná-los. Só fiquei ainda mais seguro da sua fortaleza.
Mas, e perante uma abébia que concedi, admitindo que pudesse ser outro o prazo (para mais ou para menos) sempre houve uma réplica (aqui já não houve argumentos enviesados…). Refiro-me obviamente à questão das semanas. Aceito que não é pacífico esse prazo, pois em rigor ninguém sabe quando começa a vida intra-uterina. Eu também não.
Quanto á questão derradeira que deixa, confesso que nunca me ocorreu. Creio até que só a ele (talvez a César das Neves também) ocorreu. É isso e a possibilidade de as mulheres usarem o aborto como método contraceptivo. Agora percebo o “Não”: Para eles as mulheres são atrasadas mentais capazes de tudo. E posto assim, percebo a opção deles - Realmente, será que merecem viver, ou pelo menos, sobreviver sem sequelas físicas e mentais, esses seres que fazem isso às criancinhas (como gostam de dizer)?
Antes de terminar, devo dizer que há coisa em que concordo com o “Não”. Também eu acho que a pergunta é enganosa. Eis a pergunta que se faria sem artificialismos jurídicos e hipocrisias de outra ordem: “Concorda com o aborto clandestino até aos nove meses e consequente prisão para as mulheres que o façam?” Nesta também votaria “Não”.
Duque de Espadas
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