Portugal, que futuro?
Soubemos ontem através da comunicação social que os cerca de três mil estagiários da função pública, quando virem os seus contratos terminarem em Março, não irão continuar vinculados à mesma. Quais são os objectivos destes estágios? Empregar jovens com formação média e superior; fornecer-lhes experiência profissional tendo em vista a sua integração na vida activa; e abrir-lhes caminho a uma futura carreira no sector público.
O que é que vai acontecer a estes jovens? Vão todos para o desemprego, sem direito a subsídio pois durante o ano de estágio não descontaram para a segurança social. O Governo justificou este despedimento cego com a necessidade de controlo do défice orcamental. Estou ciente da necessidade imperativa do controlo do défice, ainda para mais com a supervisão de Bruxelas, porém assaltam-me algumas questões. Será que muitos destes jovens não trariam valor acrescentado à função pública, devido às suas elevadas qualificações? Parece-me que sim, e que seriam quadros mais qualificados e mais baratos do que a generalidade dos que estão vinculados ao sector público. Afinal, para que é que serviram estes estágios profissinais? Para desbaratar milhões de euros de fundos europeus, que supostamente deveriam servir para integrar recém-licenciados na vida activa. Será que a obsessão pelo défice justifica a tomada de medidas cegas? Parece-me que não, julgo que muitos destes jovens poderiam ser integrados com sucesso na função pública e assim renderem pessoas mais velhas e com menos qualificações.
Mesmo não sendo um especialista em finanças públicas, parece-me que o nosso défice orçamental não derraparia com o aproveitamento de muitos destes jovens. Estes jovens qualificados aufeririam muito menos, comparativamente aos funcionários públicos com idênticas habilitações.
Bisca de Copas
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