sexta-feira, fevereiro 16, 2007


Portugal, que futuro?


Soubemos ontem através da comunicação social que os cerca de três mil estagiários da função pública, quando virem os seus contratos terminarem em Março, não irão continuar vinculados à mesma. Quais são os objectivos destes estágios? Empregar jovens com formação média e superior; fornecer-lhes experiência profissional tendo em vista a sua integração na vida activa; e abrir-lhes caminho a uma futura carreira no sector público.
O que é que vai acontecer a estes jovens? Vão todos para o desemprego, sem direito a subsídio pois durante o ano de estágio não descontaram para a segurança social. O Governo justificou este despedimento cego com a necessidade de controlo do défice orcamental. Estou ciente da necessidade imperativa do controlo do défice, ainda para mais com a supervisão de Bruxelas, porém assaltam-me algumas questões. Será que muitos destes jovens não trariam valor acrescentado à função pública, devido às suas elevadas qualificações? Parece-me que sim, e que seriam quadros mais qualificados e mais baratos do que a generalidade dos que estão vinculados ao sector público. Afinal, para que é que serviram estes estágios profissinais? Para desbaratar milhões de euros de fundos europeus, que supostamente deveriam servir para integrar recém-licenciados na vida activa. Será que a obsessão pelo défice justifica a tomada de medidas cegas? Parece-me que não, julgo que muitos destes jovens poderiam ser integrados com sucesso na função pública e assim renderem pessoas mais velhas e com menos qualificações.
Mesmo não sendo um especialista em finanças públicas, parece-me que o nosso défice orçamental não derraparia com o aproveitamento de muitos destes jovens. Estes jovens qualificados aufeririam muito menos, comparativamente aos funcionários públicos com idênticas habilitações.

Bisca de Copas

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