Pluralidade
Tenho-me até aqui mantido afastado de uma questão sensível e sobre a qual não existem consensos : a despenalização da interrupção voluntária da gravidez.
Em 1998, data do último referendo, sentia-se que havia uma vontade no país: a de despenalizar. Fruto da maior abstenção de sempre (até à data e não tenho informação se foi entretanto ultrapassada) o ‘Não’ venceu – até mesmo depois daquele que era a sua maior bandeira vir a publico reconhecer a derrota (Marcelo Rebelo de Sousa). Tenho medo que desta feita o desfecho seja o mesmo. Não por mim mas por TODAS as mulheres. TODAS! Mesmo as que nós conhecemos de casa e se chocam com a forma como as suas pares são desrespeitadas e como o assunto é tratado – temas como o ‘aborto contraceptivo’ ou que o ‘dinheiro dos nossos impostos vai para abortos’ ou mesmo que estamos a votar no ‘sim ao aborto’, não só me revoltam como enojam.
Vamos todos, de uma vez, pensar no que dizemos e deixarmo-nos de ‘direitas’ e ‘esquerdas’para fundamentar questões de fundo e de respeito pelo próximo.
Deixo aqui o meu sentimento de pena por não votar no referendo. Ficarei com um sentimento de culpa e dor por sentir que não ajudei numa causa tão nobre. Mas estou confiante que o filme será diferente e que se muita gente votar o ‘Sim’ ganhará!!
Senão, se não houvesse uma vontade generalizada do país de resolver esta vergonha de uma vez por todas, porque se faria um segundo referendo?
Abraços,
Valete de Copas
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