Sem certezas
A discussão no blog sobre a IVG por vontade da mulher não me consegue esclarecer, nem qq constitucionalista ou padre. Este assunto é muito delicado e ainda mais quando daqui a uns anos as sociedades modernas, isto é, aquelas que conseguirão aumentar a esperança de vida dos nossos velhos até quase aos cem anos, sem perceber bem os desafios pessoais e familiares subjacentes. Da mesma forma que neste momento discutimos se uma mulher tem o direito de abdicar da sua gravidez por diversas razões pessoais (trabalho, economico, etc), penso que daqui a uns anos estaremos a discutir a qualidade de vida dos nossos pais e avós e mais tarde nós que com o auxilio de medicina moderna conseguiremos viver ou sobreviver mais tempo. A questão do auxilio extremo à vida na medicina, matendo um paciente vivo, sem que este possua o minimo de qualidade de vida, terá a mesma sensibilidade e intensidade de argumentos que agora estamos a usar para a IVG. O problema da Eutanásia, tem muitas semelhanças com o problema do aborto. O problema ético é o mesmo : a partir do momento que um ser humano (10 semanas ou 96 anos, o direito aqui não manda nada - a partir do 1º dia de gravidez o ser humano existe - é do dominio da Biologia) coloca mais problemas do que soluções, o que é que devemos fazer ? Eu sei o que faria, mas não consigo decidir pelos outros. Neste momento o que me parece mais correcto e conhecendo a mentalidade portuguesa, penso que dando as melhores condições à mulher de escolher entre o aborto e a manutenção da gravidez, aconselhando e tentando ( no meu caso de sempre dissuadir a mulher nesse sentido) oferecendo o melhor aconselhamento possivel, penso que conseguiriamos melhor controlar e prevenir as causas da IVG. Votaria sim, mas obrigando o estado a uma verdadeira politica de planeamento familiar e sobretudo a uma verdadeira politica de incentivo à natalidade (fiscal e social). A partir do momento em que as instituições se ocupem bem deste problema, o aumento descontrolado da IVG deixar-me-ia um pouco desiludido e nesse caso aqueles que votaram não teriam talvez uma boa parte da razão- Mas espero que tudo corra pelo melhor, para não me arrepender de votar sim (não o farei, pois não vou estar em Portugal).
Já agora, uma questão engraçada: Sendo a extrema esquerda anti-liberal e anti-capitalista e sendo os maiores defensores do direito à IVG, como é que eles vêem a implantação de clinicas privadas de aborto em Portugal. Lembro que o objectivo de cada empresa de capitais privados é a maxima rentabilização do negócio, isto é, neste caso fazer o máximo de abortos possiveis por ano. Qual será a estratégia da empresa ? favorecer o adultério, o sexo entre os mais jovens, distribuir preservativos menos resistentes ? Obviamente estou a brincar, mas será que a realização da IVG não deveria estar a cargo somente de instituiçõe sem fins lucrativos ? pois já se sabe que o capital quer é gerar mais capital. É uma questão que me assaltou o espirito.
Rei de espadas
A discussão no blog sobre a IVG por vontade da mulher não me consegue esclarecer, nem qq constitucionalista ou padre. Este assunto é muito delicado e ainda mais quando daqui a uns anos as sociedades modernas, isto é, aquelas que conseguirão aumentar a esperança de vida dos nossos velhos até quase aos cem anos, sem perceber bem os desafios pessoais e familiares subjacentes. Da mesma forma que neste momento discutimos se uma mulher tem o direito de abdicar da sua gravidez por diversas razões pessoais (trabalho, economico, etc), penso que daqui a uns anos estaremos a discutir a qualidade de vida dos nossos pais e avós e mais tarde nós que com o auxilio de medicina moderna conseguiremos viver ou sobreviver mais tempo. A questão do auxilio extremo à vida na medicina, matendo um paciente vivo, sem que este possua o minimo de qualidade de vida, terá a mesma sensibilidade e intensidade de argumentos que agora estamos a usar para a IVG. O problema da Eutanásia, tem muitas semelhanças com o problema do aborto. O problema ético é o mesmo : a partir do momento que um ser humano (10 semanas ou 96 anos, o direito aqui não manda nada - a partir do 1º dia de gravidez o ser humano existe - é do dominio da Biologia) coloca mais problemas do que soluções, o que é que devemos fazer ? Eu sei o que faria, mas não consigo decidir pelos outros. Neste momento o que me parece mais correcto e conhecendo a mentalidade portuguesa, penso que dando as melhores condições à mulher de escolher entre o aborto e a manutenção da gravidez, aconselhando e tentando ( no meu caso de sempre dissuadir a mulher nesse sentido) oferecendo o melhor aconselhamento possivel, penso que conseguiriamos melhor controlar e prevenir as causas da IVG. Votaria sim, mas obrigando o estado a uma verdadeira politica de planeamento familiar e sobretudo a uma verdadeira politica de incentivo à natalidade (fiscal e social). A partir do momento em que as instituições se ocupem bem deste problema, o aumento descontrolado da IVG deixar-me-ia um pouco desiludido e nesse caso aqueles que votaram não teriam talvez uma boa parte da razão- Mas espero que tudo corra pelo melhor, para não me arrepender de votar sim (não o farei, pois não vou estar em Portugal).
Já agora, uma questão engraçada: Sendo a extrema esquerda anti-liberal e anti-capitalista e sendo os maiores defensores do direito à IVG, como é que eles vêem a implantação de clinicas privadas de aborto em Portugal. Lembro que o objectivo de cada empresa de capitais privados é a maxima rentabilização do negócio, isto é, neste caso fazer o máximo de abortos possiveis por ano. Qual será a estratégia da empresa ? favorecer o adultério, o sexo entre os mais jovens, distribuir preservativos menos resistentes ? Obviamente estou a brincar, mas será que a realização da IVG não deveria estar a cargo somente de instituiçõe sem fins lucrativos ? pois já se sabe que o capital quer é gerar mais capital. É uma questão que me assaltou o espirito.
Rei de espadas
1 comentário:
Concordo com a análise que efectuaste, nomeadamente com a comparação com a eutanásia, questão para a qual tenho há muito opinião formada (nada me assusta mais do que estar preso a uma cama a vegetar, morrendo lentamente e em profundo sofrimento). Mas se para esta questão, que já toda a Europa acordou há anos, nós ainda estamos com estes problemas todos, quando chegar a questão da eutanásia...
A questão das clinicas privadas é um problema sério, mas não creio que as coisas se coloquem como puseste, embora julgue que isso devesse ser esclarecido pelo governo.
Um abraço (e lamento que não votes
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